Jornal Correio Braziliense

Brasil

MP veta shows e suspende vídeos de funkeiro mirim MC Pedrinho na internet

Segundo a ação, as apresentações do menino de 13 anos "violam a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Convenção na ONU sobre os direitos da criança

A Promotoria de Justiça de Santana, em São Paulo, recebeu liminar do Juízo da Infância e da Juventude que proíbe as apresentações do cantor mirim MC Pedrinho, de 13 anos, em qualquer cidade do Brasil, sob pena de multa de R$ 50 mil. Também foi determinada a retirada de todo conteúdo relacionado ao artista das redes sociais. O cantor, que tem mais de 600 mil fãs no Facebook e 35 milhões de visualizações no YouTube, chegava a fazer até 20 shows por mês ; as músicas têm forte apelo sexual.

Após receber críticas sobre as letras das canções, Pedrinho começou a mudar de estilo. No entanto, além do primeiro sucesso ;Dom dom dom;, a maioria das composições dele tem palavrões e conteúdo erótico, consideradas, segundo o Ministério Público, ;pornográficas e incompatíveis com a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;.

Como forma de contribuição - mesmo que indireta à superexposição indevida da imagem de MC Pedrinho - o MP deve intimar as empresas que mantêm anúncios publicitários nas redes sociais com os conteúdos dos vídeos e áudios relacionados ao trabalho do cantor para prestarem esclarecimentos.

Outros escândalos
Recentemente, o MP abriu inquérito sobre o ;conteúdo erótico; de Mc Melody, funkeira de 8 anos. A cantora mirim, listada na investigação, causou polêmica nas redes sociais por usar roupas curtas e até sutiã de enchimento no conteúdo divulgado na internet. Em ;Fale de mim;, música que já tem quase quatro milhões de visualizações na página do Facebook, há, entre os comentários, vários questionamentos sobre as letras e a postura da criança durante a coreografia.

Além de Melody, músicas e vídeos de outros cantores como MC Princesa, MC Plebeia, MC 2K, MC Bin Laden, Mc Brinquedo e Mc Pikachu também são alvo da investigação da autarquia, que ressalta o "impacto nocivo no desenvolvimento do público infantil e de adolescentes, tanto de quem se exibe quanto daqueles que o acessam".