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Casal descobre após 24 anos que teve a filha trocada em maternidade

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que a Fundação Filantrópica e Beneficente de Saúde Arnaldo Gavazza Filho deve pagar uma indenização de RS 140 mil por danos morais

Um casal de Ponte Nova, na Zona da Mata, descobriu depois de 24 anos que tiveram a filha trocada na maternidade. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou a Fundação Filantrópica e Beneficente de Saúde Arnaldo Gavazza Filho a pagar uma indenização de RS 140 mil por danos morais.

Apesar de a criança ter uma pele mais clara que a dos pais, eles não suspeitaram da troca de bebês após o parto. Depois de 24 anos, um vizinho, para acabar com boatos de que seria o pai da menina, solicitou um exame de DNA que comprovou que a menina não era filha biológica dele e tampouco da mulher do casal. Os pais da moça procuraram então a maternidade para saber da filha biológica. Mas a Fundação havia perdido todos os documentos da época do nascimento por causa de uma enchente na cidade.

O relator do recurso, desembargador José Marcos Rodrigues Vieira entendeu que, até a realização do exame de DNA, existiam apenas ;meras dúvidas; sobre quem era o pai da criança e não suspeita de troca de bebês na maternidade.

A decisão da 16; Câmara Cível do TJMG foi unânime. O desembargador ressaltou que, nesse caso, a angústia dos pais é ainda maior porque eles nunca terão a chance de conhecer a filha biológica porque maternidade não tem os documentos da época do parto. "O dano moral decorrente é evidente. Além de terem tido de conviver durante anos com boatos e especulações de que a filha era fruto de caso extraconjugal da mãe com o vizinho, os pais foram privados de conhecer a filha biológica que geraram e acompanhar-lhe o desenvolvimento", afirmou.

No processo, a maternidade afirmou que não houve troca de bebês, porque sempre segue o procedimento mais seguro para a identificação dos recém-nascidos, com a colocação de pulseiras na mãe e no bebê. Segundo a defesa, se ocorreu falha, houve culpa dos pais da criança porque eles não teriam conferido os dados que constavam das pulseiras.

A Fundação alegou ainda que a mãe deveria ter se manifestado ainda na maternidade, quando percebeu que a pele da criança era mais clara que a sua e a de seu marido. A fundação afirmou que vai recorrer da decisão em tribunais superiores.