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Escola gaúcha encontra carta escrita por Albert Einstein em 1951

O documento estava esquecido em um cofre há décadas. "É um legado que para nós, marcado pelo conhecimento", disse o coordenador do colégio do Rio Grande do Sul

Uma escola do Rio Grande do Sul acaba de encontrar um documento historico: uma foto e uma carta do físico alemão Albert Einstein, que estavam guardados há mais de 63 anos em um cofre trancado há décadas. Em comemoração aos 125 anos do Colégio Anchieta de Porto Alegre, a diretoria resolveu resgatar fatos importantes para a história da instituição. Foi nesse momento que um ex-diretor informou sobre a existência da carta, dando início a uma caça ao tesouro.

Einstein escreveu a carta em 24 de junho de 1951, no estado de Nova Jersey, quando o padre jesuíta Gaspar Dutra foi para os Estados Unidos fazer estudos. Em um encontro entre ciência e fé, Dutra pediu que o alemão escrevesse uma mensagem de motivação para os estudantes brasileiros.


Em alemão, a carta diz:
"Quem conheceu a alegria da compreensão conquista um amigo infalível para a vida.
O pensar é para o homem o que é o ar para os pássaros.
Não toma como exemplo a cotovia [pássaro típico da Europa] quando pode ser uma águia."


O documento foi encontrado em 6 de maio, quando a chave e o segredo do cofre em que estava guardado foram finalmente achados. O coordenador de Unidade de Educação Infantil, Dario Schneider, explica que o cofre em questão não costuma ser aberto e a chave passou por vários diretores nessas seis décadas. "Pessoas mais antigas da instituição diziam que tinha uma relíquia, mas ninguém mexia lá", disse Schneider.

O coordenador trabalha no colégio há 16 anos, mas conta que não sabia sobre a relíquia. "Eu precisei de um momento para pensar e compreender tudo o que isso significa. É um tesouro que brilha, representa vida. É um legado para nós", lembrou emocionado.

Com a descoberta, alunos do ensino médio têm demonstrado mais interesse pela física. Schneider acredita que o fato incentiva a formação de novos físicos gaúchos.


Os documentos foram encaminhados a uma perita judicial, que comprovou a veracidade da assinatura de Albert Einstein. Foram usadas imagens oficiais, disponibilizadas pelo Instituto Oswaldo Cruz, para fazer a comparação.