Jornal Correio Braziliense

Brasil

Advogados da União protestam e cobram melhores condições de trabalho

Os manifestantes também reivindicam equiparação salarial com servidores do Ministério Público e Defensoria Pública, bem como a votação das propostas de emenda que estabelecem parâmetros para fixação de subsídios aos integrantes da carreira

Os advogados públicos federais protestaram hoje (20) em frente ao prédio da Advocacia Geral da União (AGU), em Brasília, por melhores condições de trabalho e falta de investimentos em infraestrutura. Os advogados informaram que os cargos de chefia do órgão devem ficar desocupados a partir de amanhã (21), quando serão formalizados os pedidos de exoneração.

"Além dos pedidos de desoneração dos cargos de chefia e coordenação, serão entregues amanhã declarações formais de colegas que prometeram não ocupar mais esses cargos. Não terão outros [profissionais] para assumir. O órgão ficará anencéfalo", disse o diretor-geral da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), Roberto Mato.

Para o diretor, as soluções seriam simples de serem tomadas e evitaria a atual situação. Segundo ele, um dos principais problemas é a falta de recursos para o exercício da atividade. "Temos problemas como a falta de gasolina nas viaturas, prédios ameaçados de despejo e diárias aviltantes. São coisas mínimas que poderiam ser resolvidas bem rápido", avaliou.


Os advogados também reivindicam a equiparação salarial com servidores do Ministério Público e Defensoria Pública, bem como a votação das propostas de emenda à Constituição (PEC) 443 e 82, que estabelecem parâmetros para fixação de subsídios aos integrantes da carreira.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), Bruno Fortes, a defasagem nos salários e a falta de estrutura impossibilitam o órgão de funcionar como deveria.

"Temos uma defasagem de mais ou menos 60% em relação aos demais órgãos com funções semelhantes. A AGU funciona como local de passagem. As pessoas entram aqui e depois migram para outros órgãos. Temos um índice de 45% de evasão", afirmou.