Curitiba - Várias soluções para problemas das cidades brasileiras estão prontas e possuem dinheiro garantido para saírem do papel, mas esbarram em entraves legais segundo o presidente do Instituto Smart City, Leopoldo de Albuquerque. A entidade reúne empresários de tecnologia voltada para transporte, energia, comunicações, construção e acessibilidade e promove um congresso de nome idêntico reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos preparativos a próxima Conferência Habitat, em 2016.
Albuquerque afirmou que a leis nacionais e municipais não permitem o uso de tecnologias disponíveis. Segundo ele, a construção de casas populares pode ser mais rápida e barata com o uso de novos materiais e técnicas. ;Hoje, leva-se seis meses para fazer uma casa, fica caro e há muito desperdício;, disse Albuquerque nesta terça-feira (19), em entrevista ao Correio. Ele afirma que o uso em larga escala desse conjunto de técnicas pode causar grande impacto na solução do déficit habitacional. ;Existem empresas com dinheiro para investir nas cidades;, garantiu.
Segundo Albuquerque, uma empresa que atua no ramo de energia se oferece para trocar toda a iluminação de uma cidade por lâmpadas de LED. Elas são mais caras, mas são eficientes e econômicas. ;A empresa diz à prefeitura: ;Você me paga com a redução do consumo de energia;. Mas a lei não permite.; O empresário não faz isso apenas pensando no bem estar da sociedade. Com a ;venda; das lâmpadas, a empresa poderia obter crédito bancário por meio do recebível da prefeitura. Ambas as partes sairiam ganhando nessa linha de raciocínio.
O presidente do Instituto destaca que a instalação de chips nos carros brasileiros poderia resolver vários problemas de trânsito. Se fosse permitida, diz Albuquerque, as autoridades de tráfego poderiam saber em tempo real onde exatamente existem engarrafamentos e indicar a saída exata para os motoristas chegarem mais rápido em casa. Seria uma evolução do aplicativo Waze, da Google, que procura fazer a mesma coisa com aqueles que instalaram o programa de celular em seus telefones. Albuquerque afirma que o custo de instalar chips na frota brasileira é baixo, em torno de R$ 10 por veículo.
O evento em Curitiba reúne prefeitos e empresários para tentar encontrar meios de viabilizar financeira ou politicamente as soluções para problemas das cidades.
*O repórter viajou a convite do Instituto Smart City