Os moradores do Edifício Canoas, em São Conrado, zona sul do Rio, não poderão retornar para os seus apartamentos antes da próxima quarta-feira (20), informou hoje (18) o secretário executivo da prefeitura do Rio, Pedro Paulo de Carvalho. O edifício foi abalado, por volta das 6h, por uma explosão no apartamento 1.001, provavelmente ocasionada por vazamento de gás.
Pedro Paulo esteve no imóvel durante a tarde, supervisionando a operação de retirada de pertences pessoais pelos moradores, que foram separados em grupos e puderam subir até seus apartamentos, onde tiveram dez minutos para recolher algumas roupas, documentos e remédios.
;Não tem ainda um prazo específico de interdição. Nas próximas 48 horas não há possibilidade de retorno;, declarou o secretário, que afastou o perigo de novos desabamentos no prédio, pois a força da explosão abriu um buraco entre o décimo e o nono andar, levando ao acúmulo de uma grande quantidade de entulho sobre a laje do oitavo andar: ;Não tem mais risco;.
A moradora Sandra Amaral aguardava na calçada em frente ao prédio, na companhia de seus três gatos, o retorno do marido, que foi ao imóvel do casal resgatar o que fosse possível. Eles passariam a noite na casa de amigos. ;Acordei com o estrondo e a janela tremeu. Aí uma amiga ligou dizendo para eu descer. Depois meu marido, com a ajuda dos bombeiros, voltou para retirar os gatos. Estou esperando meu marido buscar o resto das coisas;, disse Sandra.
Do lado de fora do edifício, os moradores ainda estavam atônitos com a situação. Alguns diziam que, em questão de minutos, suas vidas tinha virado de cabeça para baixo, como Fernando Gélio, morador do sétimo andar, abaixo do apartamento que explodiu. ;Eu não fui trabalhar, eu não tenho nada, não tenho um documento, não tenho dinheiro. Eu preciso ir para a casa de um familiar e preciso trabalhar;, desabafou Fernando.
O inquilino do apartamento 1.001, o empresário alemão Markus Muller, ficou gravemente ferido e foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto. De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, o estado dele, no início da noite, era considerado gravíssimo, pois ele teve mais de 50% do corpo queimado e havia passado por uma cirurgia.
Uma lei estadual recentemente aprovada prevê a vistoria obrigatória no sistema de gás de todos os imóveis no estado do Rio. A legislação vai entrar em vigor dentro de 60 dias, para que seja regulamentada, com a indicação de empresas autorizadas a fazer o serviço.