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O universitário Pedro Henrique Afonso, de 24 anos, acredita que foi vítima de racismo ao ser abordado e preso por dois agentes da Polícia Militar quando estacionava o carro na Universidade Estadual de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em 30 de março deste ano. Ele prestou queixa contra o 22; Batalhão na corregedoria da PM, na última quarta-feira (23/4). Até o momento, não recebeu resposta.
Em nota, o batalhão informou que não foi notificado formalmente sobre o ocorrido. Por telefone, a PM explicou que é impossível divulgar uma posição sobre o caso porque as partes envolvidas ainda não foram ouvidas.
Afonso foi abordado por dois policiais militares enquanto verificava se tinha trancado seu carro, um Gol 2000. Os policiais, segundo o universitário, acharam que o veículo era roubado e então perguntaram o que ele fazia. Ao responder que era um trabalhador, um sargento e um cabo saíram da viatura e disseram ;mão na cabeça, vagabundo, e cala a sua boca;. O estudante disse que conhecia seus direitos, mas, mesmo assim, foi algemado e levado para a delegacia, onde foi acusado de desacato à autoridade, desobediência e resistência.
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Na tarde de quarta (22/4), o Ministério Público de Minas Gerais recebeu da PM o processo de Afonso por desacato às autoridades. A queixa aguarda análise do promotor. Em audiência preliminar no Juizado Especial Criminal no dia 15, Afonso prestou depoimento e reafirmou inocência. A proposta de acordo com punição de serviço comunitário foi recusada. ;Não faz sentido pagar por um crime que não cometi;, diz o estudante. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, Willian Santos, é o advogado responsável pela defesa do estudante.
;Fizeram um escândalo, me constrangeram, me humilharam;, relata Afonso sobre o incidente. De acordo com o estudante, os agentes da polícia não pediram os documentos do carro nem tentaram dialogar. Afonso não pretende entrar com processo contra os agentes, pois acredita que a ação demonstra um problema estrutural e despreparo da polícia para lidar com direitos dos cidadãos.
Pedro Afonso conta que criou coragem pra contar a história na página pessoal do Facebook depois de receber o apoio da faculdade, que promoveu um seminário sobre discriminação e convidou o estudante para participar.