Antes da crise hídrica, iniciada há um ano após um verão sem chuvas, entre 2013 e 2014, o Cantareira abastecia em torno de 9 milhões de pessoas, número que caiu, gradativamente, para 5,6 milhões. Além de reduzir as retiradas pela migração do atendimento para outros sistemas, a Sabesp tem recorrido à estratégia de concessão de bônus para quem economiza e multa para gastos elevados.
Ontem (13/4), o governo paulista anunciou um novo remanejamento que deve diminuir o uso da água do Cantareira. Ao menos 250 mil pessoas abastecidas pela Represa do Guarapiranga passarão a ser atendidas pelo Sistema Rio Grande. O volume que deixa de ser retirado do Guarapiranga deverá ser transferido para abastecer alguns bairros que dependem do Cantareira.
Entre eles estão o Ipiranga, na zona sul; Pinheiros, na zona oeste e uma parte da cidade de Osasco, a oeste da Grande São Paulo. A demanda dessas localidades ficará a cargo tanto do Guarapiranga quanto do Cantareira.
Embora tenha apresentado ligeira queda no nível de 0,2 ponto percentual entre ontem (13) e hoje (14) , o Sistema Rio Grande foi o que atingiu a melhor recuperação hídrica, operando com 96,3% de sua capacidade. Criado em 1958 , este sistema atendia, até 2013, as cidades de São Bernardo, Diadema e uma pequena parte de Santo André.
No ano passado, mais bairros de Santos André passaram a ser atendidos e, agora, o consumo está sendo ampliado para a zona sul da cidade de São Paulo, incluindo os bairros Balneário São Francisco, Cidade Júlia, Eldorado, Jardim Apurá, Jardim Guacuri, Jardim Rubilene, Jardim Selma e Pedreira.
Na medição da Sabesp, divulgada hoje (14), constam que dos seis mananciais administrados por essa empresa na região metropolitana de São Paulo, dois permaneceram com o armazenamento estável, o Cantareira com 19,9% e o Alto Cotia que opera com 64,6% de sua capacidade. Os demais tiveram queda: Alto Tietê (de 22% para 21,8%); Guarapiranga (de 83,6% para 83,5%); Rio Grande (de 96,5% para 96,3%) e o Rio Claro (de 45,5% para 45,3%).