O ano de 2015 tem sido marcado por um aumento expressivo no número de casos de dengue, que volta a assustar as autoridades após um número considerado baixo em 2014. Por não ter métodos de prevenção além do controle do transmissor, o Aedes aegypti, as infecções apresentam ciclos que dependem de fatores como clima e migração do mosquito. No entanto, uma nova arma pode estar nas mãos das autoridades de saúde já no ano que vem: a vacina contra a enfermidade.
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No Brasil, as pesquisas mais adiantadas para o desenvolvimento do imunólogo são feitas pelo Instituto Butantan em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (National Institutes of Health). O estudo se encontra no fim da segunda fase de testes clínicos, nos quais se verifica a segurança do produto e o aumento da capacidade imunológica dos pacientes. Para tentar adiantar em até dois anos o prazo para o registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inicialmente previsto para 2018, o Instituto Butantan protocolou ontem pedido na Anvisa para iniciar a terceira fase de estudos, na qual serão feitos os testes de campo para comprovar a efetividade do produto, mesmo antes de terminar a segunda etapa.
De acordo com Jorge Kalil, diretor do Instituto Butatan, os dados já analisados durante a segunda fase de testes clínicos asseguram a segurança da vacina e permitem iniciar a terceira etapa sem riscos para os pacientes. ;Os dados mostram que a vacina é segura e induz uma resposta imunológica grande, o que já nos permite passar para a terceira fase de estudos;, afirma. A opinião é rebatida por Celso Granato, membro do Comitê de Virologia da Sociedade Brasileira de Infectologia. ;Tenho um pouco de medo desse adiantamento de processo, porque acredito que a análise da fase dois tem que ser muito bem feita para evitar problemas que, às vezes, só afetam uma amostra muito pequena;, avalia.
Ambos os médicos, no entanto, concordam que os testes realizados até agora mostram resultados promissores, e que a vacina é de grande necessidade neste momento em que o país registra o aumento do número de casos. ;Com os dados que já temos até agora, a gente espera que a proteção conferida pela vacina contra todos os tipos de dengue seja superior a 80%;, avalia Kalil.
A vacina do Instituto Butantan, no entanto, não deve ser a primeira a ser lançada em território brasileiro. A própria instituição admite que, para entregar o composto às autoridades de saúde ainda em 2016, ;tudo teria que dar certo;. No entanto, um imunizante desenvolvido pelo laboratório francês Sanofi, cujas etapas de testes clínicos já foram completas, aguarda apenas o registro pela Anvisa para entrar no mercado brasileiro, o que deve ocorrer no fim deste ano, nos cálculos da empresa.
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