O Instituto Nacional do Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, fez ontem o mais duro ataque de um órgão do governo federal ao uso de agrotóxicos no país. O instituto recomendou a redução ;progressiva e sustentada; do emprego dos venenos nas lavouras, como maneira de diminuir o número de casos de câncer. Os pesticidas, de acordo com o instituto, contaminam ;todas as fontes de recursos vitais, incluindo alimentos, solos, águas, leite materno e ar;. O instituto alerta que o ;intensivo uso desses produtos provoca grandes malefícios, como poluição ambiental e intoxicação de trabalhadores e da população em geral;. Segundo o órgão, as intoxicações agudas, que afetam principalmente os trabalhadores na agricultura, podem causar irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões e até a morte.
O texto ressalta que a presença de resíduos de venenos não estão apenas em alimentos in natura, mas também nos industrializados, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas e pizzas. Os agrotóxicos ainda podem estar presentes, segundo o Inca, em carnes e leites. Como alternativa, o instituto apoia a produção sem o uso de venenos ou fertilizantes químicos.
O banimento dos agrotóxicos é, de acordo com o nutricionista do Inca Fábio Gomes, uma forma de evitar riscos de câncer. ;Temos que chegar lá para proteger a população do campo e da cidade, assim como nosso meio ambiente e nossos recursos naturais;, diz. O engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, da Associação Brasileira de Agroecologia, ressalta que a eliminação progressiva de agrotóxicos é viável e que os venenos podem ser totalmente substituídos em alguns anos, ;com um pouco de investimento em pesquisa;, diz.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.