Tancredo Neves havia sido operado às pressas durante a madrugada para a retirada de um tumor no intestino. Depois da cirurgia, teve crises respiratórias, hipertensão e taquicardia. O quadro piorou ainda mais nos dias seguintes. Foi transferido para o Instituto do Coração, em São Paulo, mas morreu 39 dias depois da primeira cirurgia, em 21 de abril.
Governador de Minas Gerais, ministro de Getúlio Vargas, primeiro-ministro do curto período parlamentarista de João Goulart, agora vitorioso no colégio eleitoral, Tancredo de Almeida Neves encarnava a esperança de milhões de brasileiros pela redemocratização depois de 20 anos. Esse homem, que havia completado 75 anos em 4 de março, nunca assumiria o cargo para o qual foi eleito. Sua morte deixava no ar uma grande interrogação, que até hoje faz sombra sobre o cenário político do país.
;Foi uma situação extremamente interessante, delicada e perigosa;, resume o ministro do Trabalho nomeado por Tancredo Neves, o advogado e ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Almir Pazzianotto. No lugar de Tancredo, assume o vice, José Sarney, que cumpre cinco anos de mandato, convoca uma Constituinte, enfrenta milhares de greves e um período de hiperinflação. Na tentativa de vencer a crise, edita dois planos econômicos, Cruzado 1 e Cruzado 2.
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