Mulheres camponesas ocuparam durante a manhã de hoje (9) uma multinacional do agronegócio, em Luziânia (GO), a 60 quilômetros de Brasília. De acordo com organizadoras do ato, cerca de 800 mulheres participaram. O objetivo era protestar contra o modelo de agronegócio e por políticas que valorizem a agricultura familiar.
;A grande questão é denunciar o capital internacional que está no Brasil. Cada vez mais tem empresas de outros países envenenando o povo brasileiro, produzindo veneno, acabando com a terra e a saúde, provocando cada vez mais câncer para toda a população;, disse Tábata Neves, coordenadora do Movimento Camponês Popular (MCP), em entrevista à Rádio Nacional.
A mobilização faz parte de um ato nacional de mulheres camponesas. Com manifestações em vários estados, elas reivindicam reforma agrária, moradia no campo e direitos previdenciários para as mulheres do campo.
De acordo com o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, 6 mil pessoas saíram de Feira de Santana (BA) em direção a Salvador; no Espírito Santo, em torno de mil mulheres marcharam na cidade de Colatina; e ocorrem mobilizações também nos estados de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Mato Grosso, São Paulo, do Ceará, Rio Grande do Norte e da Paraíba.
Em Goiânia, outro grupo de mulheres ocupou o pátio da secretaria de Fazenda do estado. Uma das reivindicações é a aprovação de um projeto de lei que prevê a destinação de 0,5% do orçamento do estado para políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar. De acordo com o MCP, representantes do governo de Goiás sinalizaram em recente reunião que até quarta-feira (11) o projeto será encaminhado para a Assembleia Legislativa do estado.