Segundo o levantamento, nem todas as trabalhadoras conseguiram uma expansão da renda. As que atuam no setor público, tiveram um recuo de 1,6% e as do setor privado, uma pequena elevação, de apenas 1,1%. O segmento que fez a diferença foi a do grupo que trabalha por conta própria, fornecendo os seus serviços ou produtos para empresas. Em média, essas mulheres conseguiram um ganho 5,8% acima do obtido, em 2013. As autônomas que atendem, diretamente, ao público, enfrentaram uma queda de 4,2%.
A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho ficou estável em 55,1%. No caso dos homens ocorreu ligeiro recuo, passando de 70,6% para 70,5%. O desemprego cresceu para ambos os sexos. A taxa é maior entre as mulheres, tendo atingido 12,2% da População Economicamente Ativa (Pea) contra 11,7%, em 2013. Com esse aumento foi interrompida a trajetória de queda registrada desde 2004. A taxa de desemprego entre os homens passou de 9,2% para 9,6%.
De acordo a pesquisa, gradualmente, a taxa de desemprego feminina vem se aproximando da masculina. A diferença era de cinco pontos percentuais, em 1998, diminuindo para 3,9 pontos percentuais (pp), 2011 e 2,6 pp, no ano passado.
Em sua justificativa, a Fundação Seade e o Dieese apontam para o fato de que as mulheres têm assumido cada vez mais o posto de chefes de família, além de uma evolução na sua capacitação para a disputa de vagas com mais escolaridade.
Quanto ao nível de ocupação, o saldo entre as contratações e demissões foi negativo em 0,1% paras mulheres com um corte de 39 mil postos de trabalho, o que reflete, principalmente, o desempenho na indústria de transformação com queda de 1,6% e no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-11,2%).
Essas retrações foram de alguma forma minimizadas por ocupações em alta de 16,1% no segmento de construção; serviços (2,8%) e outras atividades como, por exemplo, as relacionadas as artes, cultura, esporte e recreação (3%).
Para os homens, o nível de emprego foi positivo em 0,7% com maiores chances de trabalho nas atividades voltadas para as artes, cultura, esporte e recreação (10,2%).
As condições de trabalho das assalariadas melhorou, com aumento de 1,5% nos contratos com carteira assinada e uma redução de 6,5% nas tarefas executadas sem carteira. Esse avanço foi observado, sobretudo, em razão da presença maior no setor público, onde a ocupação da mão de obra feminina cresceu 5,9%, enquanto a participação dos homens declinou em 1%.
A proporção de assalariadas com carteira assinada subiu de 50,3% (em 2013) para 51,1% (em 2014), no setor privado e de 10,2% (em 2013) para 10,8% (em 2014), no setor público. A parcela que atua em empregos domésticos caiu de 14% para 13,7%. O relatório destaca que esses cargos são ocupados mais por mulheres de faixas etárias mais elevadas e com menor escolaridade.