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Mineiro morre em festa da Unesp após tomar cerca de 30 doses de vodca

Dois organizadores do evento foram presos. Porém, prestaram depoimento e deixaram a cadeia depois de uma decisão judicial. Corpo do universitário foi enterrado em Passos, no sul de Minas Gerais

Foram liberados na tarde deste domingo (1;/3) dois jovens, de 22 e 25 anos, que foram presos como responsáveis pela festa universitária regada a álcool em Bauru, na Região Centro-Oeste de São Paulo, onde o mineiro Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, morreu por consumir grande quantidade de bebidas alcoólicas durante uma competição. Testemunhas informaram à polícia que o jovem consumiu de 25 a trinta doses de vodca, o correspondente a aproximadamente um litro e meio da bebida.

Os dois jovens, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos em flagrante. Eles foram encontrados depois que testemunhas os apontaram como os responsáveis pelo evento. Depois de serem ouvidos pelo delegado Mário Henrique de Oliveira Ramos, os homens foram liberados por meio de uma decisão judicial. Mesmo assim, devem ser indiciados por homicídio com dolo eventual e lesão corporal.

De acordo com as investigações, bastou uma hora para que os estudantes ficassem completamente embriagados. O boletim de ocorrência da Polícia Militar aponta que o evento tinha início previsto para as 15 horas, e às 16h a corporação foi acionada para atender casos de embriaguez em excesso. Ainda conforme a PM, havia na festa algo semelhante a uma competição para decidir quem conseguia ingerir mais bebida alcoólica. Fonseca passou mal exatamente depois de participar da disputa.

O jovem chegou a ser socorrido por colegas, mas já chegou morto ao pronto-socorro. Outros seis estudantes da Unesp também passaram mal no evento, sendo que três foram internados em unidades de saúde de Bauru, em estado grave. Mateus Carvalho estava no Hospital da Unimed; Juliana Tibúrcio Gomes, de 19 anos, foi para o Hospital de Base; e Gabriela Alves Correa, de 23, seguiu para o Hospital Estadual.

Testemunhas afirmaram aos policiais responsáveis pelo caso que os organizadores contrataram uma ambulância para ficar no local. Também disseram que os médicos e enfermeiros se negaram a atender às vítimas e que ofereceram apenas chá de boldo. Uma funcionária da ambulância, que não quis se identificar, negou a acusação. Segundo ela, em uma hora de festa, vários atendimentos foram realizados por causa de pessoas embriagadas. Devido a situação sair do controle, acionaram a Polícia Militar (PM).

O delegado Mário Henrique, responsável pelo caso, afirmou que vai indiciar os organizadores por homicídio com dolo eventual e por lesão corporal. Segundo o policial, eles assumiram o risco, tanto que contrataram uma ambulância para acompanhar a festa.

Exagero na bebida

Os jovens que participaram do campeonato de ingestão de bebidas alcoólicas ficaram sentados em volta de uma grande mesa. Todos estavam uniformizados e bebiam conforme ouviam o apito de um dos organizadores. Ao fim de cada rodada, outros integrantes do evento enchiam os copos de café de plástico com mais vodca. Outras pessoas, que não estavam na competição, ficavam comemorando o feito e dando apoio aos competidores.

Testemunhas informaram à polícia que Humberto Fonseca consumiu de 25 a 30 copos de café da bebida. O total bebido equivale a aproximadamente um litro e meio de vodca.

Unesp

A universidade divulgou nota oficial em que destaca que a festa ocorreu fora de suas dependências - "no câmpus, a bebida alcoólica é proibida" - e lamentou a morte do estudante. Informou ainda que proíbe trotes e destacou que distribui folhetos para novos alunos com essa informação.