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Calor e multidão ditam o clima do carnaval neste domingo em Olinda

Desdenhando o calor escaldante, o público começou a chegar à cidade alta por volta 11h, tomando conta das ladeiras de acesso à prefeitura e ao Carmo

Um domingo de muita gente e muita empolgação em Olinda. Desdenhando o calor escaldante, o público começou a chegar à cidade alta por volta 11h, tomando conta das ladeiras de acesso à prefeitura e ao Carmo. As grandes atrações deste domingo em Olinda foram os blocos Mucha Lucha, Enquanto Isso na Sala da Justiça e I Love Cafusú, além da passagem das baterias do Patusco, Batuketu e D;breck.

O Alto da Sé começou a concentrar personagens dos quadrinhos por volta das 10h. Vestidas de Mulher Maravilha, Capitão América, Batman e Lanterna Verde, famílias inteiras ocuparam a frente da Caixa D;água da Compesa para assistir a descida do Homem Aranha, que neste ano travou uma batalha com o Venon em pleno ar.

;Estou vestida de mulher gato pela primeira vez. Sou de Olinda e não troco o carnaval daqui por nada;, contou a enfermeira Gilda Seara, 36 anos. Pouco antes, o Mucha Lucha levou um ringue para o Sítio Histórico e desafiou os super-heróis em batalhas cômicas. Vestidos de máscaras típicas da luta livre mexicana, os lutadores saem em Olinda desde o ano de 2008.

Prestando homenagem ao ex-vocalista Dielson Lima, morto em novembro de 2014, o Patusco levou 220 músicos para as ladeiras. Pontualmente às 8h59, o grupo saiu do Amparo arrastando uma multidão. Neste ano, a agremiação preferiu fazer um repertório de preservação da cultura local. ;Queremos exaltar a cultura da terra e artistas como Marrom Brasileiro;, contou o diretor de bateria Henrique Guimarães.

Nas ladeiras, muita irreverências dos foliões. Um grupo de amigos decidiu levar todos os personagens curiosos da Praia de Boa Viagem para o Sítio Histórico. O grupo era composto por um surfista machucado, um tubarão, uma turista com ;pau de selfie;, uma vendedora de caldinho e até uma salva-vidas.

O massacre na publicação Charlie Hebdo também não foi esquecido. ;Meu marido é francês, adora o carnaval de Olinda e quis prestar essa homenagem ao que aconteceu no país dele;, contou a médica Matilde Thouvenin, casada com o engenheiro Jean Francois. Os dois estavam fantasiados de lápis, uma menção aos cartunistas mortos.