O brasileiro sabe da importância do preservativo para evitar o contágio pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), mas nem por isso usa o método. É o que aponta a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) divulgada ontem. Segundo o estudo, baseado em dados de 2013, 94% da população sabe que a camisinha é a melhor forma de prevenir as DSTs, porém, ao mesmo tempo, 45% admitiram que não a usaram em relações casuais. A nova pesquisa também mostra que o brasileiro têm tido mais parceiros sexuais nos últimos anos.
[SAIBAMAIS]O próprio Ministério da Saúde admite que os resultados variaram pouco nos últimos anos, mesmo com as campanhas de estímulo à prevenção da Aids e ao uso da camisinha. Há 11 anos, 58% dos entrevistados informaram ter tido relações eventuais sem o contraceptivo, e 96,9% sabiam da importância do recurso. Dados de 2008 mostram que 48% transaram sem o uso. ;Isso significa, de maneira muito contundente, que não podemos continuar lidando na sociedade brasileira apenas com o preservativo;, admitiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro. ;É uma mensagem muito clara. A camisinha perde seu espaço? Em hipótese alguma. Mas precisaremos lidar com outras estratégias;, completou.
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A pesquisa também mostra que o brasileiro tem tido um comportamento sexual mais liberal nos últimos anos. Em 2008, apenas 9,3% dos 8 mil entrevistados tinham feito sexo casual com mais de cinco pessoas. Em 2013, esse número havia subido para 12,1%. Ao mesmo tempo, apenas 25,9% dos brasileiros haviam relatado ter tido mais de 10 parceiros ao longo da vida em 2008. Cinco anos depois, esse número atingiu 43,9% dos entrevistados. A PCAP consulta pessoas com idades entre 15 e 64 anos.
Descoberta
O ministério lançou ontem a campanha de combate à Aids durante o carnaval. O mote adotado este ano é o #partiuteste. O objetivo é combinar a distribuição de preservativos com o incentivo à testagem, especialmente de jovens na faixa etária entre 15 e 25 anos. ;Este ano, o ministério não centrará a campanha apenas no uso de preservativos. Os dados indicam que focar as campanhas apenas nesse uso tem limites. Essa nova estratégia se materializa em três dimensões: primeiro, no uso do preservativo; segundo, na convocação da população a fazer regularmente o teste; e, em terceiro lugar, no início imediato do tratamento em caso de teste positivo;, disse Chioro.
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