Jornal Correio Braziliense

Brasil

Trezentas famílias ocupam área da USP na zona Oeste de SP

Os participantes da invasão são moradores de comunidades vizinhas à USP %u2013 como a favela São Remo, Jardim Bonfiglioli e Jaguaré %u2013 e não integram movimento social

Um terreno da Universidade de São Paulo (USP) na zona oeste da capital paulista, ao lado do Hospital Universitário, foi ocupado hoje (22) por cerca de 300 famílias, próximo ao portão 3 da instituição. Os invasores derrubaram parte dos muros que cercam o terreno e estão levantando acampamento com barracas de lona e plástico, desde ontem.

Os participantes da invasão são moradores de comunidades vizinhas à USP ; como a favela São Remo, Jardim Bonfiglioli e Jaguaré ; e não integram movimento social. Segundo uma das coordenadoras da ocupação, que só quis se identificar como Maiara, o grupo pretende, com a ação, que o terreno seja destinado a algum projeto de moradia popular.

;O terreno está abandonado há mais de 20 anos. Se for para fazer um loteamento, a gente pode pagar por mês como se fosse o [programa] Minha Casa Minha Vida, ou como se fosse um CDHU [conjuntos habitacionais populares da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo]; nós estamos abertos;, justificou Maiara.

Ela disse que o terreno está sendo usado como local de consumo de drogas e de armazenagem de produtos de furtos e roubos. Segundo ela, nenhuma das pessoas que ocupam o local recebeu qualquer tipo de notificação.

;Vim tentar uma casa, eu minha filha e minhas duas netinhas. Sou viúva. Consegui aqui um barraquinho para a gente. Eu espero que façam uma coisa decente, sem bagunça. A gente está aqui debaixo de lona porque precisa; não precisasse, não estava;, disse Cirlene Araújo dos Santos, ex-moradora da favela São Remo.

A assessoria de imprensa da reitoria da USP disse que o terreno pertence à instituição e que a universidade está tomando as medidas cabíveis.