O homem que confessou ter matado 43 pessoas nos últimos nove anos foi transferido ontem para a Polinter, na Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro. Sailson José das Graças, 26 anos, estava na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, depois de ser preso em flagrante na última terça-feira pelo homicídio de Fátima Miranda, 64 anos, em Nova Iguaçu. Ele foi liberado para a transferência depois de prestar novo depoimento na delegacia. Cerca de 50 pessoas estiveram na porta da unidade para acompanhar a saída dele. Sob gritos de ;assassino;, ele foi colocado na viatura para seguir ao Instituto de Medicina Legal (IML), onde passou por exames de corpo de delito. Os presentes chegaram a parar o carro onde ele estava. Do IML, o suspeito foi encaminhado ao sistema prisional.
Três famílias procuraram a unidade policial acreditando que Sailson pudesse ser o assassino de seus parentes. No entanto, a delegacia não confirmou as informações. Depois de prendê-lo por um homicídio, os investigadores localizaram outros quatro crimes dos quais ele seria o autor. Além desses casos, Sailson afirma ter matado outras 38 pessoas, totalizando 43. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, até o momento, sete inquéritos de homicídio e uma de tentativa estão sob análise para confirmar a participação de Sailson.
Antecedentes
Apesar de ter quatro passagens anteriores pela polícia, nenhuma delas era por homicídio. Segundo os investigadores, a ficha de Sailson inclui um furto em janeiro de 2007, um roubo em agosto do mesmo ano, porte de arma e outro furto em fevereiro deste ano. Os vizinhos do assassino confesso se disseram surpresos com a prisão. Para os moradores de Corumbá, na Baixada Fluminense, bairro onde morava e foi preso, ele era um homem tranquilo que estava sempre sorrindo, de família religiosa e pai de um menino de 8 anos.
No depoimento na delegacia, ele disse não se arrepender e relatou os casos com riqueza de detalhes. De acordo com ele, matar o deixava tranquilo. Depois de um crime, poderia ficar dois ou três meses sem cometer outro, lembrando o anterior. Quando não matava, ficava ansioso, andando de um lado para o outro. As vítimas dele eram mulheres brancas. Sailson só saiu do padrão quando as mortes foram encomendadas pela companheira dele, Cleusa Balbina de Paula, que oferecia favores e dinheiro em troca.