Diante da maior crise de seca em São Paulo dos últimos 100 anos, o governo federal oficializou na manhã desta quinta-feira (4/12) o investimento de R$ 2,6 bilhões para as obras do Sistema Produtor São Lourenço, que será o oitavo braço de abastecimento de água no estado. Além desse contrato, o governo federal também assinou o termo de compromisso para execução de obras de mobilidade urbana. Ao custo de R$ 633,6 milhões, o governo estadual poderá tirar do papel a extensão da linha 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
[SAIBAMAIS]
Na cerimônia que oficializou os atos, a presidente Dilma Rousseff destacou que com essa obra "colocamos mais uma iniciativa na pauta de resolução dessa crise hídrica que se passa no estado". "Tal como fizemos no Nordeste, nós temos de preparar o país para garantir uma situação de segurança diante de um fato que não podemos controlar, que é o clima. Então, a seca ou a excessiva chuva tem de encontrar os estados brasileiros com condições de resistir ou de conviver, como é o caso da seca no Nordeste, que tem que conviver porque a seca já é sistemática", disse. Ainda de acordo com a presidente, está em discussão no governo federal junto com o governo do estado de mais um conjunto de investimentos na área de segurança hídrica.
No mês passado, o governador do estado, Geraldo Alckmin, apresentou à presidente uma lista de oito obras estruturantes ao custo de R$ 3,5 bilhões para a área, entre elas a do Sistema São Lourenço. Hoje o governador enfatizou a importância a parceria para tirar do papel obras importantes para o estado. O governador também minimizou a questão do planejamento para contornar a crise da água no estado. "Tivemos e ainda estamos tendo a maior seca dos últimos 84 anos. Tivemos este ano metade das chuvas de 1953, não atingiu todo estado, pegou a parte de cima. O noroeste do estado e o sul de Minas, onde estão os grandes reservatórios do Cantareira. E ela continua. Nós enfrentamos com planejamento, obra e uso racional de água", disse.
Parceria
No discurso, a presidente Dilma Rousseff também amenizou o clima de conflito com o governo do estado exposto na campanha presidencial deste ano. Segundo ela, "é natural divergir, criticar, disputar e mesmo em alguns momentos é compreensível que as temperaturas se elevem, mas depois de eleito temos que respeitar as escolhas legítimas da população". Também estavam previstas para serem anunciadas hoje outras obras, como a extensão de mais uma linha da CPTM, além da 9. O anúncio, entretanto,foi adiado sem explicação prévia.