Jornal Correio Braziliense

Brasil

Na Amazônia, 'fábrica do amor' produz preservativos sustentáveis

A produção da fábrica de Xapuri representa 20% dos 500 milhões de camisinhas distribuídas gratuitamente por ano pelo governo em um país com 730 mil soropositivos



"O ;seringueiro; recebe 8 reais por quilo de borracha, o que representa 270% a mais que seu preço de mercado. Isto engloba o valor do produto e os serviços ambientais prestados como garantidor da floresta", explicou Bersh, para quem a fábrica é um "símbolo" do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

"Se Chico Mendes estivesse vivo, estaria contente em ver que a luta que ele começou ainda dá frutos. Seu sonho era ver a floresta viva", comemorou o seringueiro Raimundo Pereira, que conheceu bem o ativista.

A Amazônia brasileira sofreu com a febre de extração da borracha, no final do século XIX. A cidade de Manaus e sua esplêndida Ópera em plena selva são símbolos da prosperidade da época.

Desde 1912, no entanto, o Brasil perdeu o monopólio da produção porque as árvores de borracha, plantadas pelos ingleses na Malásia e no Sri Lanka, a partir de sementes levadas da Amazônia, começaram a produzir látex com maior eficácia e produtividade.