Agência France-Presse
postado em 17/11/2014 21:26
Brasília - O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 467% em outubro de 2014 com relação a outubro do ano passado, denunciou nesta segunda-feira (17/11) a ONG Instituto Imazon, que comparou a área desmatada a mais de 24.000 campos de futebol.Segundo o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), da Imazon, o desmatamento nos nove estados amazônicos brasileiros foi de 244 km2. Em outubro do ano passado, a derrubada de árvores somou 43 km2. A SAD realiza suas medições em colaboração com o aplicativo Google Earth.
Sessenta por cento do desmatamento ocorreram em terras privadas ou sob o controle de ocupantes ilegais.
Além disso, entre agosto e outubro de 2014, os três primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento do novo período, foram derrubados mais de 1.000 quilômetros quadrados de floresta, uma área equivalente à da cidade do Rio de Janeiro.
"Embora os dados não sejam oficiais, o SAD põe em dúvida a eficácia das atuais políticas de prevenção e controle ao desmatamento às vésperas de um evento internacional, que tem como desafio obter compromissos entre os países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa", destacou a Imazon em uma nota de imprensa, em alusão à realização da XX Conferência sobre Mudanças Climáticas, que será celebrada em Lima, Peru, entre 1; e 12 de dezembro de 2014.
Para enfrentar o desmatamento da Amazônia, cada vez mais sofisticado, as autoridades brasileiras anunciaram, no começo do mês, a adoção de um novo e refinado sistema de alerta por satélites, assim como uma estratégia mais concentrada no crime organizado.
Após alcançar seu menor nível histórico, o desmatamento na maior floresta tropical do planeta, no período 2012/2013, quando atingiu 5.981 km2 (%2b29%).
O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento, que alcançou 27.000 km2 em 2004, para 4.571 km2 no período 2011/2012, o mínimo histórico.
Os dados oficiais do último período 2013-2014, encerrado em agosto, serão divulgados no final de novembro. Mas dados parciais de detecção por satélite indicam que o desmatamento teria voltado a crescer.