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'Ele tirou a vida de um anjo', diz irmã de garoto atropelado em SP

Sthefanny Castro Baptista ficou indignada com a liberação do motorista, que assumiu que estava no volante no momento do acidente. O menino, que teve morte, é velado nesta sex-feira em uma igreja evangélica

A irmã do menino de 3 anos que morreu depois de ser atropelado em frente a uma igreja na região da Vila Medeiros, Zona Norte de São Paulo, pediu justiça. O atropelador, que atingiu um grupo de 16 pessoas, apresentou-se à polícia e foi liberado logo após prestar depoimento. Kauan Israel Castro da Silva é velado na manhã desta sexta-feira (14/10). Sthefanny Castro Baptista ficou indignada com a liberação do motorista, que assumiu que estava no volante no momento do acidente. %u201CComo uma pessoa que foi encontrada droga no carro dele também entra pela porta da frente da delegacia e sai pela porta da frente como se não tivesse acontecido nada? (Queremos )Justiça, que ele seja preso e que pegue uma boa pena, porque ele tirou a vida de um anjo%u201D, afirmou. O menino, que teve morte cerebral constatada na quinta-feira (13), é velado em uma igreja evangélica no Jardim Brasil e será enterrado no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, nesta tarde. Ele teve politraumatismo, passou por uma cirurgia, mas não resistiu. A família decidiu não doar os órgãos do menino. Três pessoas continuam internadas, entre elas o pastor Washington Pirola, que está na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa, em estado na grave. Testemunhas relataram que Renan Bento da Silva, de 26 anos, dirigia em alta velocidade e subiu na calçada. Após atingir o grupo que saía de um culto, ele quebrou um dos vidros do veículo e fugiu a pé do local. Renan Bento da Silva, de 26 anos, foi indiciado por homicídio com dolo eventual por ter assumido o risco de matar ao volante e por tentativa de homicídio contra 15 pessoas e ainda por tráfico de drogas já que no carro foi encontrado maconha e cocaína. O suspeito negou que estivesse em alta velocidade. O laudo da perícia, porém, apontou que ele estava a 118 km/h. Silva ainda negou a existência de drogas no carro e disse ter deixado o local do acidente sem prestar socorro porque teve medo de ser linchado. Silva prestou depoimento no 39° Distrito Policial, na Vila Gustavo, durante uma hora. Na saída da delegacia, ele fez apenas um pedido de desculpas. %u201CQueria estar pedindo para as vítimas perdão pelo ocorrido, minha intenção não era essa, de machucar ninguém. Peço a Deus que conforte o coração das vítimas, da família do Kauazinho, do pastor que se encontra ainda no hospital. Peço perdão por tudo que aconteceu mesmo", afirmou. O delegado Marco Antonio Dário disse que reúne elementos para fazer um novo pedido de prisão preventiva. O primeiro foi negado porque o juiz considerou não haver provas suficientes.