No momento em que o emprego e a produção da indústria brasileira apresentam dados de queda nos últimos meses, o governo federal planeja uma série de medidas na tentativa de aumentar a competitividade do setor. A estratégia adotada hoje (12/11) foi elencar grandes temas que serão debatidos nas próximas semanas entre os ministérios e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Infraestrutura, desburocratização, comércio exterior, compras governamentais e inovação formam as prioridades descritas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, após se reunir com o presidente da CNI, Robson Andrade. O ministro informou que serão criados grupos, integrados com vários ministérios, que terão o compromisso de entregar em cerca de um mês os resultados à presidenta Dilma Rousseff, contendo iniciativas concretas a serem tomadas pelo governo.
O filtro foi feito ;de comum acordo; com a indústria, segundo Mercadante, a partir de um documento com 42 propostas para melhorar a competitividade da indústria, entregue em julho aos candidatos à Presidência durante a campanha eleitoral deste ano. ;Teremos uma nova equipe do governo em breve, muitos ministros continuarão, outros serão novos nomes, e esse trabalho vai ajudar também a impulsionar a nova equipe econômica focada no aumento da produtividade e da competitividade do Brasil;.
Avaliando as ações do governo para infraestrutura como ;avançadas;, Mercadante explicou que o foco é acelerar a parceria do setor público com o privado e os investimentos no setor. Grupos de trabalho temáticos foram criados, segundo o ministro, para alavancar propostas concretas de melhoria em setores como rodovias, ferrovias, portos, energia e mobilidade urbana.
Na desburocratização, o objetivo é dialogar com o Ministério da Fazenda para encontrar formas que simplifiquem o modelo tributário. Segundo ele, a discussão sobre esse tema não passa apenas pela carga tributária. ;É também o custo do pagamento, o conjunto de normas, a burocracia, o custo que o país paga por uma estrutura complexa e às vezes quase irracional;, disse Mercadante.
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;Defendemos que o Brasil precisa fazer acordos internacionais, esse é um ponto muito importante. A gente precisa avançar com mais rapidez, abrir mercados para a economia brasileira;, destacou Robson Andrade, em referência ao tópico do comércio exterior. O presidente da CNI defendeu também a presença de adidos comerciais em países estratégicos com o objetivo de se informarem sobre incentivos fiscais e barreiras ao comércio que ;muitas vezes desconhecemos;.
Sobre as compras governamentais, o ministro Mercadante disse que o Brasil chegou atrasado na alavancagem da produção local. ;Você fomentar cadeia produtiva, gerar mais valor agregado, estimular a demanda de cadeias produtivas estratégicas;, exemplificou, dizendo que os ministérios da Defesa, da Saúde e da Educação serão os principais focos da política.
Além de interfaces já existentes com vários organismos que trabalham no estímulo à inovação, Mercadante ressaltou que será importante a criação de um grupo de trabalho, neste âmbito, para criar uma cultura de inovação no país e formar talentos.
O ministro disse que o prazo para os grupos, cada um com seus membros já compostos, entregarem respostas é até mais ou menos 15 de dezembro, e frisou a importância da priorização. ;Não queremos ficar abrindo uma série de frentes. O governo quer entregar. Tem que ter resposta, resultado. E é isso que a indústria precisa e espera;.