A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12/11), uma operação de combate uma organização criminosa que praticava crimes contra a administração pública em Florianópolis, Santa Catarina. A investigação aponta corrupção na elaboração de leis municipais, além de fraudes em licitações de radares e lombadas eletrônicas e também na realização de eventos festivos e culturais.
[SAIBAMAIS]
Os esquemas de corrupção aconteciam na Câmara de Vereadores da cidade, no Instituto de Planejamento Urbana de Florianópolis (IPUF) e na Fundação Cultural Franklin Cascaes (FCFFC). Servidores públicos recebiam dinheiro de empresários em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários. Cerca de R$ 100 mil foram movimentados em depósitos e saques do dinheiro referente à propina, com a utilização da conta de laranjas, no Rio Grande do Sul, juntamente com aditivos contratuais superfaturados em Florianópolis. O valor foi apreendido pela PF.
Na primeira parte da investigação, ficou comprovado que empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas simulavam concorrência em licitações com o apoio de servidores, para garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa.
Num segundo momento, a PF constatou que empresários especializados em eventos festivos e culturais fraudavam licitações, também com a participação ativa de agentes públicos de Florianópolis. A ação era feita por meio do recebimento de informações privilegiadas relativas às empresas concorrentes, além de orientações sobre como proceder para fraudar o certame. Em seguida, ocorria os desvios e apropriações de recursos públicos.
A chamada operação Ave de Rapina envolveu aproximadamente 200 policiais federais, que cumpriram 38 mandados de busca e apreensão, mandados de prisão e de condução coercitiva em Santa Catarina (Florianópolis e Joaçaba) e no Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha).