Jornal Correio Braziliense

Brasil

Agente condenada a pagar indenização a juiz ganha 'vaquinha' na internet

A agente de trânsito terá que pagar R$ 5 mil por danos morais ao magistrado

Após ter sido condenada a pagar uma indenização de R$ 5 mil por parar um juiz em uma blitz da Lei Seca, a agente de trânsito do Rio de Janeiro Luciana Silva Tamburini recebeu mais do que apoio na internet. A advogada Flávia Penido criou, nesta terça-feira (4/11), uma ;vaquinha virtual; a fim de conseguir levantar dinheiro para pagar a conta. Até a noite desta terça, as contribuições já somavam R$4.450.

Na descrição da página, Flávia dedica total apoio à ação da agente, que recebeu voz de prisão por desacato ao ter dito que "juiz não é deus". Internautas elogiaram a iniciativa e afirmaram que já deram colaboração, apesar de não haver garantia de que o dinheiro vá de fato para a agente de trânsito.

O caso ocorreu em fevereiro de 2011, no Leblon, quando Luciana abordou o juiz João Carlos de Souza Correa, em uma blitz. O Land Rover que o magistrado dirigia estava sem placa e ele, sem habilitação. Ambos foram parar na 14; Delegacia de Polícia após se desentenderem. Luciana informou que o veículo deveria ser apreendido, mas o juiz exigiu que o carro fosse levado para delegacia.



O caso foi parar na Justiça. O desembargador entendeu que Luciana agiu com abuso de poder, e ofendeu o juiz, mesmo sabendo qual é sua função pública, estipulando assim o pagamento de indenização por danos morais.

Em entrevista ao Jornal Extra, a agente afirmou que faria tudo de novo. ;A sensação que fica é o medo de trabalhar, porque se a gente faz o errado, está errado. Se a gente faz o certo, também está errado. Quem trabalha com segurança pública ou com o público em geral não pode ter medo. É desmotivante. No primeiro tópico do acórdão, eles falam que eu abusei de autoridade, mesmo que o magistrado estivesse irregular, por ele ter uma posição na sociedade. Você tenta fazer um trabalho direito e está errado por causa disso;, desabafa.