O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas, se aliou à máfia italiana Ndranbgheta para traficar drogas da Bolívia para Europa. A informação é do Ministério Público Federal. A denúncia sobre a megaquadrilha foi apresentada à Justiça nessa sexta-feira (31/10).
[SAIBAMAIS]Essa é a primeira vez que o MPF cita a ligação entre as duas organizações em uma denúncia - que foi feita após a Operação Oversea da Polícia Federal. As autoridades apreenderam mais de três toneladas de cocaína, R$ 2 milhões em dinheiro e bens no valor total de R$ 30 milhões, entre eles imóveis, veículos e um barco de luxo.
Porto de Santos
A ação foi deflagrada no fim de março e identificou mais de 50 criminosos envolvidos na exportação de cocaína. Para o transporte, o bando chegou a usar o Porto de Santos, em São Paulo. O MPF quer que os denunciados sejam condenados por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e constituição de organização criminosa.
No último 27 de março, três pessoas foram detidas em flagrante. Com os bandidos, a polícia encontrou mais de 50 quilos da droga. Segundo o MPF, os criminosos foram abordados em Santos. A droga estava escondida em fundos falsos de um carro. Em outra etapa da operação, as autoridades chegaram a encontrar ; 230 mil no quarto de um hotel próximo ao aeroporto de Guarulhos, onde três dos denunciados se reuniram na véspera para concluir o negócio.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o dinheiro seria usado para financiar a exportação. Em depoimento à polícia, os bandidos alegaram que o carregamento seria inserido em um navio cargueiro no terminal Deicmar do Porto de Santos. Os criminosos participaram de pelo menos 21 operações de exportação de cocaína.