Jornal Correio Braziliense

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PF desarticula quadrilhas suspeitas de fraudar a Previdência Social

Polícia prende 13 pessoas em Pernambuco na operação Omini e cumpre 38 mandados de busca e apreensão. No Rio Grande do Sul, a ação prende seis pessoas pelo mesmo crime contra o INSS

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (30/10) a Operação Omni, com o objetivo de desarticular uma quadrilha que fraudava a Previdência Social por meio de falsificação documentos e recuperação de ativos tais como, veículos, bens imóveis, valores e jet skis. Foram cumpridos 51 mandados judiciais, sendo seis de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 38 de busca e apreensão nos municípios pernambucanos de Garanhuns, Canhotinho, Recife, Tamandaré, Caruaru, Bezerros e de São Caetano, além de Maceió, em Alagoas e praia da Pipa, em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte.

De acordo com a PF, a quadrilha, que era comandada por um empresário de Caruaru e gerava um prejuízo mensal à Previdência Social em torno de R$ 200 mil. Até o momento, os valores ultrapassam R$ 12 milhões. Também são alvos da operação duas contadoras, um advogado, três servidores do INSS e dois funcionários da prefeitura de Garanhuns, cedidos para uma agência do INSS em Canhotinho, além de "laranjas" usados pelo chefe da quadrilha para fraudar benefícios previdenciários.

Durante as investigações, a PF conseguiu evitar prejuízo de mais de R$ 300 mil. Também foi identificado um esquema de lavagem de dinheiro por meio de uma rede de postos de combustíveis que ficaram sob intervenção da justiça até a integral reparação aos cofres públicos.

A Operação Omni é uma força tarefa entre a Polícia Federal, o Ministério da Previdência Social e o Ministério Público Federal. O termo Omni vem do latim e significa onipresente, em referência aos beneficiários que estariam ;vivos e mortos; ao mesmo tempo. No início da tarde, durante entrevista coletiva na Deelegacia de Polícia Federal, em Caruaru, será detalhado o balanço da opaeração.

Operação Mandrax


No Rio Grande do Sul, a PF também prendeu seis pessoas nesta quinta-feira suspeitas de formar uma organização criminosa de estelionato contra o INSS , na Operação Mandrax. Além disso, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva. A operação foi deflagrada nas cidades de Santa Maria, São Martinho da Serra, Viamão, Cidreira, Osório e Porto Alegre, na região central.

De acordo com informações da polícia, a organização criminosa era composta de advogados, contadores e despachantes que captavam interessados e inseriam dados falsos nos sistemas da Previdência Social, utilizando do cadastro de empresas fictícias. Em seguida, eram registrados vínculos empregatícios falsos em carteiras de trabalho e inseridos no sistema da previdência. Após a inclusão dos dados, eram aprovados os benefícios, como auxílio-doença e aposentadoria por tempo de contribuição.

Além dos escritórios contábeis e advocatícios, também foram alvos de cumprimento de mandados de busca e apreensão o prédio do INSS, frente a suspeita de envolvimento de servidores no esquema. Pelo menos R$ 3 milhões teriam sido movimentados.