Jornal Correio Braziliense

Brasil

Ministério da Saúde aponta onda de maternidade depois dos 30 anos

A maior presença das mulheres no mercado de trabalho indica novas tendências no páis: as brasileiras decidem ser mãe mais tarde e têm menos filhos

O estudo mostra ainda a queda no número de nascidos no país e, desde 2005, a taxa de reposição populacional no Brasil foi de 1,77 filhos/mulher, inferior à média mundial, de 2,1 filhos/mulher. A única região que teve uma taxa superior foi a Norte, com 2,24 filhos por mulher. A região com a maior queda nos nascimentos foi o Nordeste, com 16%.

A assessora parlamentar Pola Karlisnki, 33 anos, está grávida de cinco meses. Casada há quatro anos, ela parou de tomar pílula em outubro do ano passado. A opção pela maternidade veio da consciência de querer ser mãe e ;pela pressão biológica;. A opção, entretanto, aconteceu somente depois da graduação em Sociologia, de uma pós-graduação, de um tempo morando no exteior e de atuação em movimentos sociais.

Para Pola, a redução de nascimentos e a decisão tardia por filhos tem a ver com a mudança nas relações na sociedade. ;Antes, casar e ter filhos era um destino obrigatório. Poucas mulheres trabalhavam fora. Essa decisão não é mais prioridade. Hoje, as mulheres percebem que tem outras possibilidades;, diz. Outro fator, segundo a socióloga, que também milita no movimento feminista é de que a relação entre os casais também é menos estável. ;Por isso, hoje se planeja mais ter o filho porque o risco de ter de criá-lo sozinha é maior. Hoje, moro com meu marido e temos um relacionamento há anos. Tenho uma estabilidade financeira, que, embora não seja a ideal, é maior.;