Ao confessar 39 assassinatos e deixar a população de uma cidade estarrecida, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26 anos, despertou curiosidade sobre o que leva uma pessoa a cometer tais atos. Ontem, uma psicóloga neurocientista se dispôs a ajudar a Polícia Civil de Goiás e, a partir de hoje, os investigadores começam a tentar entrar na mente do jovem. Ao mesmo tempo, pesquisadores e peritos que atuam na área comentam o caso e explicam como é o procedimento para identificar transtornos em homicidas do tipo.
A observação clínica faz parte do procedimento na área criminal. ;Testes expressivos e projetivos ajudam a entender como a personalidade é construída, estabelecida e se é de uma estrutura patológica, doentia;, disse o especialista. Essas técnicas fornecem dados sobre a pessoa para instrumentalizar o processo com certo grau de segurança, de acordo com Abreu. Ele conta que, quando é chamado por um juiz, o prazo geralmente é de 30 dias. ;Nesse tempo dá para fazer algo bastante criterioso. Cerca de quatro ou cinco entrevistas em dias diferentes e observação para fazer um corte horizontal na vida dele. Além disso, a gente usa duas ou três boas técnicas, testes;, enumera. De acordo com o professor, esse conjunto é capaz de gerar um resultado confiável.
O psicólogo não faz julgamentos sobre o caso de Tiago especificamente. Apesar disso, ele tem a competência para afirmar se ele tem personalidade anormal, patológica e se pode ser risco para a sociedade. ;Pela lei, existem condições psíquicas que tiram da pessoa a capacidade de juízo crítico, como o psicótico ou o esquizofrênico, que podem não ter capacidade de julgar o que é certo ou errado. É algo importante para a perícia resolver, se ele é responsável ou não. Pode ser que não seja preso, mas internado;, detalha o professor.
A lista dos crimes
Veja quais delitos Thiago Henrique Gomes da Rocha confessou:
; 14 assassinatos de mulheres ; crimes que estavam sendo investigados pela força-tarefa.
; 1 assassinato de um homem também investigado pela força-tarefa.
; 2 assassinatos de mulheres que não estavam entre os crimes investigados.
; 8 assassinatos de moradores de rua.
; 14 assassinatos de pessoas diferentes, entre homens e mulheres, de forma aleatória.