Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Promotoria da Auditoria Militar e da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública investigam outros batalhões da Polícia Militar (PM), após a Operação Ave de Rapina, que prendeu, na última quinta-feira (9), 16 policiais militares do 17; Batalhão, na Ilha do Governador.
Os policiais militares presos são acusados de sequestrar e exigir R$ 300 mil para libertar traficantes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, e da Favela da Coreia, em Senador Camará, na zona oeste do Rio. A operação contou, ainda, com a participação de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).
Entre os presos estão o tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel, comandante da unidade, e o chefe da Segunda Seção (P-2), 1; tenente Vítor Mendes da Encarnação. Durante a operação, foram apreendidos R$ 14 mil em dinheiro na casa do comandante. No gabinete do tenente-coronel, foram encontradas notas fiscais e documentos de despesas com materiais de construção, comprados para o batalhão na loja que pertence à mulher do oficial e aos cunhados dele. Ao todo, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão. Os policiais tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça e, por ordem judicial, estão afastados de suas funções.
Os crimes ocorreram dia 16 de março deste ano, quando PMs receberam a informação de que traficantes armados sairiam da Ilha do Governador. Cinco foram abordados na altura da cabine da PM da Base Aérea do Galeão. A ação foi flagrada por uma câmera de segurança da Aeronáutica. Os traficantes estavam de posse de quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição, além de cordões de ouro e relógios. Segundo promotores, o 1; tenente Vítor Mendes dividiu tarefas entre os policiais e decidiu que apenas três traficantes e um fuzil seriam encaminhados à 37; Delegacia de Polícia, na Ilha do Governador.
Os demais presos, com influência na hierarquia do tráfico na Favela da Coreia, tiveram resgate negociado com uma advogada. Eles foram libertados após o pagamento de R$ 300 mil. Os policiais também venderam a traficantes, por R$ 140 mil, os três fuzis apreendidos.
Conforme informações do Ministério Público do Rio, as investigações estão em curso e, além dos 16 já denunciados, será apurado o envolvimento de outros policiais.