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Santa Catarina registra sexta noite de ataques criminosos

Os ataques ocorreram em sete cidades catarinenses. No total, a Polícia Militar (PM) investiga 60 ocorrências supostamente associadas às ações criminosas, que começaram no último dia 26

Em Santa Catarina, duas delegacias e as residências de cinco policiais foram atacadas entre a noite de ontem (2/10) e o início da manhã desta sexta-feira (3/10). Os ataques ocorreram em sete cidades catarinenses. No total, a Polícia Militar (PM) investiga 60 ocorrências supostamente associadas às ações criminosas, que começaram no último dia 26.

Uma das delegacias atacadas fica no bairro Morro do Meio, em Joinville, a cerca de 180 quilômetros da capital, Florianópolis. No início da madrugada, pessoas ainda não identificadas passaram na rua e atiraram contra a unidade, que estava fechada, acertando ao menos cinco tiros. Foi o quinto ataque registrado em Joinville.

[SAIBAMAIS]

A outra delegacia atacada fica em Lages. No mesmo prédio da 3; Delegacia de Polícia (DP) funcionam uma base da PM e do Corpo de Bombeiros. Segundo a PM, o local foi atingido por sete tiros. Nenhum suspeito foi identificado ou detido até o momento.

Os ataques a residências de policiais ocorreram em Florianópolis, Gaspar, São José e Palhoça. Em Biguaçu, o alvo do atentado foi a casa dos pais de um policial militar, contra a qual criminosos lançaram um coquetel-molotov que não chegou a causar danos nem feriu ninguém.

Em Gaspar, tiros atingiram também a casa de um dos vizinhos do policial. Um suspeito foi detido. Em São José, coquetéis-molotov foram lançados à casa de um policial militar. Dois suspeitos de atirar na casa de outro policial também foram detidos em Florianópolis. No momento do atentado, o PM estava de serviço, mas a mulher dele estava em casa e não foi ferida.

Um ônibus foi incendiado em São Bento do Sul, a cerca de 250 quilômetros de Florianópolis. O fogo foi rapidamente controlado. Mais um ônibus foi incendiado em Chapecó por três homens armados.

Uma casa abandonada em Ituporanga, a 160 quilômetros da capital também foi incendiada. A casa abandonada era usada por moradores de rua, mas estava vazia quando um homem, identificado pela polícia como Sílvio Sérgio Vieira, ateou fogo ao local. Ao ser detido, ele disse ter agido a mando de um integrante de uma facção criminosa que atua no estado.

O medo já começou a alterar a rotina dos moradores das cidades onde os ataques vêm sendo registrados. Ontem, pela terceira noite consecutiva, ônibus foram recolhidos na Grande Florianópolis. A Câmara Dirigente Lojista (CDL) de Florianópolis também recomendou que o comércio encerre o expediente às 18h. A entidade estima que a situação já acarretou um prejuízo de cerca de 40% aos comerciantes e lojistas.

Até a sede do governo catarinense já foi alvo da ação intimidatória. Por volta das 2h dessa quinta-feira, bandidos dispararam cinco tiros contra a guarita da sede do governo estadual. Um policial militar que estava no local escapou ileso. Três suspeitos de envolvimento no atentado foram detidos horas depois.

O governo estadual revelou nessa quinta-feira que líderes de facções criminosas que cumprem pena em unidades prisionais do estado serão transferidos para penitenciárias federais. A quantidade de presos a ser transferida e os estabelecimentos para onde serão remanejados ainda estão sendo discutidos com o Ministério da Justiça.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu não pedir a presença de tropas da Marinha, Exército, Aeronáutica para reforçar o esquema de segurança durante o primeiro turno das eleições, neste domingo (5). O presidente do tribunal, desembargador Vanderlei Romer, foi convencido de que não será preciso solicitar o reforço após a Secretaria Estadual de Segurança Pública garantir o máximo empenho para que a eleição transcorra sem problemas, inclusive no que diz respeito ao funcionamento do transporte público.

Na terça-feira (30), o secretário estadual de Segurança Pública, César Grubba, já tinha recusado a oferta do Ministério da Justiça de enviar tropas da Força Nacional para o estado. Ao afirmar não ser necessário, por ora, o apoio da tropa especial, Grubba destacou que a situação está sob controle, mas que o governo catarinense não se furtará a pedir o apoio federal caso julgue necessário.