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Ex-diretor de Pedrinhas acusado de facilitar a fuga de presos é solto

Na avaliação do juiz, como Cláudio Barcelos foi exonerado do cargo logo após ser detido, ele não pode mais interferir nas investigações



Durante as investigações, policiais civis interceptaram, com autorização judicial, mensagens trocadas por Barcelos e por supostos bandidos beneficiados pelo esquema. Em uma delas, o diretor pede ao destinatário da mensagem que retorne ao complexo penitenciário para uma recontagem de presos, mas a pessoa afirma já ter cruzado a fronteira e deixado o Brasil. Entre os presos a quem o diretor teria facilitado a fuga estão os assaltantes de bancos Paulo Leandro Maciel da Silva, Rodrigo Bezerra Lima Nunes e José Wilson Pereira. A Agência Brasil não conseguiu contato com o advogado de Barcelos.

A Casa de Detenção é uma das várias unidades penais que formam o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, maior estabelecimento prisional do Maranhão. Palco de constantes rebeliões, fugas, brigas e assassinatos de presos, Pedrinhas já contabiliza o assassinato de ao menos 17 detentos este ano. Em 2013, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram pelo menos 60 mortes.

Apenas uma semana após Barcelos ter sido detido, a Secretaria Estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) determinou o afastamento imediato de dois diretores de outra unidade do Complexo de Pedrinhas, a Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ). O afastamento foi motivado pela denúncia de um preso, que afirmou ter recebido dos diretores proposta para gravar um vídeo acusando o candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, Flávio Dino, de participar de um roubo e de ter ligações com uma facção criminosa.