Durante as investigações, policiais civis interceptaram, com autorização judicial, mensagens trocadas por Barcelos e por supostos bandidos beneficiados pelo esquema. Em uma delas, o diretor pede ao destinatário da mensagem que retorne ao complexo penitenciário para uma recontagem de presos, mas a pessoa afirma já ter cruzado a fronteira e deixado o Brasil. Entre os presos a quem o diretor teria facilitado a fuga estão os assaltantes de bancos Paulo Leandro Maciel da Silva, Rodrigo Bezerra Lima Nunes e José Wilson Pereira. A Agência Brasil não conseguiu contato com o advogado de Barcelos.
A Casa de Detenção é uma das várias unidades penais que formam o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, maior estabelecimento prisional do Maranhão. Palco de constantes rebeliões, fugas, brigas e assassinatos de presos, Pedrinhas já contabiliza o assassinato de ao menos 17 detentos este ano. Em 2013, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram pelo menos 60 mortes.
Apenas uma semana após Barcelos ter sido detido, a Secretaria Estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) determinou o afastamento imediato de dois diretores de outra unidade do Complexo de Pedrinhas, a Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ). O afastamento foi motivado pela denúncia de um preso, que afirmou ter recebido dos diretores proposta para gravar um vídeo acusando o candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, Flávio Dino, de participar de um roubo e de ter ligações com uma facção criminosa.