Um acervo de mais de 5 mil fotos, uma biblioteca, a reconstrução cenográfica de um bairro - incluindo uma casa de palafita, além de oficinas para crianças, terão de se mudar. O Museu da Maré - onde o material está reunido e onde funcionam serviços à comunidade - não conseguiu renovar o contrato do imóvel onde está instalado há oito anos. O Grupo Libra, da empresária Celina Torrealba Capri, cedeu o espaço gratuitamente para o museu. O acordo chegou ao fim e o despejo está previsto para 9 de dezembro, prazo limite da notificação.
Especialistas sugerem que, entre as soluções para o museu, estariam a permuta da área dos galpões por outra, entre a prefeitura e o Grupo Libra, mas não descartam o tombamento do prédio e do acervo, que pode culminar com a desapropriação do imóvel, por interesse social. Por enquanto, a prefeitura analisa tombar apenas o acervo. Já o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), preocupado com a referência que representa o museu, tenta sensibilizar os empresários.
;Enviamos um ofício para eles explicando que vemos com interesse esses pontos de memória, o empenho na referência, no registro e na documentação;, disse o presidente, Angelo Oswaldo. Ele conta que em 2013, durante um congresso mundial de museus, no Rio, o Museu da Maré foi o mais procurado. ;Ele é reconhecido amplamente como referência hoje no Brasil". A empresa ainda não respondeu ao Ibram e também não atendeu a Agência Brasil.
O próximo evento de resistência do Museu da Maré Resiste está previsto para 18 de setembro, com concentração marcada para às 15h, na sede da instituição, na Avenida Guilherme Maxwell, 26.