Jornal Correio Braziliense

Brasil

Apesar das medidas preventivas, doenças da pobreza resistem no país

Especialistas veem necessidade de combate mais efetivo



Ainda assim, os casos resistem. A malária, que atinge principalmente a região amazônica, teve uma queda de 26% entre 2012 a 2013, segundo dados do Ministério da Saúde, mas ainda chama a atenção a quantidade de 179 mil notificações no ano passado. A tuberculose apresenta um índice estável, com 70 mil registros no ano passado, quase o mesmo que os 71 mil de três anos atrás. Hoje, o Brasil está na 16; posição na lista de países com maior número de casos da doença. As diarreicas, relacionadas a más condições de saneamento, tiveram aumento do número de casos e mataram mais de 4 mil pessoas no ano passado, principalmente crianças de até cinco anos (leia memória). Os óbitos têm a ver com o difícil acesso aos centros de saúde e ao pouco conhecimento referente a soluções caseiras.

Na opinião do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Carlos Henrique Nery da Costa, o Brasil tem trabalhado para reduzir a incidência dessas doenças, mas os números ainda preocupam. ;Ainda falta muito, senão elas teriam desaparecido, uma vez que temos exemplos de nações que conseguiram controlar as doenças. A China, por exemplo, acabou com a leishmaniose visceral e praticamente liquidou a esquistossomose;, detalha. De acordo com o especialista, as taxas brasileiras se assemelham mais às dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento que às dos desenvolvidos.

;Outro ponto importante é que, muitas vezes, os programas de controle dentro do Ministério da Saúde são muito bemfeitos e organizados, mas eles têm impacto muito reduzido quando distribuídos entre estados e municípios;, avalia Nery.

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