Jornal Correio Braziliense

Brasil

Tereza Campello anuncia estratégia de combate à fome de grupos específicos

Ministra comemora que país saiu do mapa da fome, mas diz que é preciso mirar em povos como indígenas, quilombolas e na população de rua

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse hoje (24/09) que após o Brasil sair do mapa da fome é preciso traçar estratégias de combate à fome, não apenas de caráter nacional, mas voltadas também a grupos específicos como povos indígenas, quilombolas e população de rua. Relatório divulgado no último dia 16, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aponta que o Brasil cumpriu metas de reduzir a fome, e o problema no país deixou de ser estrutural. Segundo a FAO, no período de 1990 a 1992, 14,8% dos brasileiros passavam fome. Para o período de 2012 a 2014, o índice brasileiro caiu para 1,7%. Para a FAO, quando o percentual da população subnutrida é inferior a 5%, o problema deixa de ser estrutural. Feitas ações com impacto e abrangência nacional, tendo superado a fome como um grande problema estrutural, temos, agora, a obrigação de talvez descer a detalhes de como enfrentar a fome de grupos específicos. Acho que não são mais políticas de caráter nacional que viabilizarão os próximos passos, vamos ter que ir para ações que olhem esses públicos%u201D, disse Tereza Campello. A ministra avalia que será preciso fortalecer o mecanismo de busca ativa do Programa Brasil sem Miséria, não apenas para inserir as pessoas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal, mas para construir as políticas específicas. %u201CTalvez a nossa próxima missão seja garantir que a busca ativa tenha o olhar não apenas de inserir no Cadastro Único, mas de construir políticas que viabilizem uma curva rápida para superar a fome também nesse público%u201D, explicou. A exemplo do que declarou na divulgação do relatório, Tereza Campello atribuiu a redução da fome no Brasil a fatores como a política de valorização do salário mínimo, o Programa Bolsa Família, o fortalecimento da agricultura familiar e o acesso de 43 milhões de crianças e jovens à merenda escolar. %u201CTiramos a fome de baixo da mesa e colocamos em cima da mesa, e demos prioridades no nosso orçamento%u201D, disse.