No segundo dia de audiências sobre o caso de Bernardo Boldrini, 11 anos, encontrado morto em abril deste ano dentro de um saco plástico, em Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos, onde ele morava com a família, foram ouvidas sete testemunhas de defesa e acusação. Uma delas, a ex-babá do menino Eliane Wentz disse que o clima na casa da família era tenso.
Segundo Wentz, a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, e o pai dele, Leandro Boldrini, provocavam o garoto a ponto de ele ;explodir;. A ex-babá afirmou no depoimento prestado à Justiça nesta segunda-feira (8/9) que o casal usava o suicídio da mãe do menino, em 2010, para irritá-lo.
Também foi ouvida nesta tarde a ex-secretária da clínica do pai, Andressa Wagner, que relatou já ter ouvido Graciele fazer comentários agressivos em relação à Bernardo. De acordo com Andressa, a enfermeira chegava a dizer que queria ;dar um fim; no menino, mas que não levava a sério por não acreditar que ela seria capaz de matá-lo.
A empresária Juçara Petry que convivia com o menino, que a chamava de ;mãe;, disse que o garoto aparentava estar mal cuidado às vezes, porque aparecia com olheiras e malvestido. Antes dela, a primeira testemunha a ser ouvida, a ex-professora de Bernardo, Simone Muller, disse que o menino tomava medicação que ele próprio controlava. Segundo ela, embora ele não falasse, se sabia que ele tinha problemas emocionais, mas sempre foi amável com os colegas.
À época do desaparecimento de Bernardo, em 4 de abril, Leandro chegou a dizer para a polícia que a última notícia que havia tido do filho era de que ele estava na casa de Simone. A professora era mãe de colegas do menino.
Essa foi o segundo dia de audiências em que serão ouvidas 33 testemunhas de acusação e defesa. A primeira audiência aconteceu em 26 de agosto. Foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e estão presos a madrasta, o pai e a amiga de Graciele Edelvania Wirganovicz, que teria ajudado a matar Bernardo com uma injeção letal e ocultar o corpo.