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Briga de facções é uma das hipóteses de motim em penitenciária de Cascavel

Pelo menos quatro pessoas morreram e quatro ficaram feridas durante rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná

Quatro pessoas morreram na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná, durante uma rebelião que teve início na manhã de ontem. Dois detentos foram decapitados e os outros dois, jogados do telhado do prédio. De acordo com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), mais quatro presos estão feridos ;- três precisaram ser levados para o hospital. A ação também fez dois agentes penitenciários e seis presos reféns. A Polícia Militar cercou o presídio. As negociações foram suspensas às 20h15 de ontem. Representantes do governo do estado e da Vara de Execução Penal devem retomar hoje, a partir das 7h, as conversas para tentar encerrar o motim. Até o fechamento desta edição, o clima continuava tenso no local.

[SAIBAMAIS]Uma comisão formada pela secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uillie Gomes; pelo diretor do Depen, Cezinando Paredes; pelo comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Cícero Tenório; e pelo Juiz da Vara de Execuções penais, Paulo Damas, está à frente das negociações. Segundo o Depen, os detentos pedem relaxamento nas visitas, mais diálogo com a direção da unidade e melhoria na qualidade das refeições. Mas a pauta de reivindicações ainda não estava clara até o início da noite de ontem. Também existia a suspeita de que uma briga de facções teria motivado o movimento.

De acordo com a PM, o motim teve início por volta das 6h, quando os agentes penitenciários se preparavam para servir o café da manhã. A penitenciária abriga 1.040 detentos ; capacidade é 1.182. Do total, pelo menos 600 teriam aderido ao movimento. O advogado dos agentes penitenciários, Jairo Ferreira, disse que a rebelião teve início no momento em que um servia o café da manhã aos detentos. O trinco da grade estava serrado, o que permitiu aos presos puxarem o agente para dentro e darem início à rebelião. Ainda segundo o advogado, apenas 10 servidores estavam de plantão no presídio.



A água e a luz foram cortadas na penitenciária no início da tarde. Os presos se concentraram no telhado do prédio. Eles destruíram parte da estrutura do prédio e atearam fogo em colchões que levaram para o teto. A maior parte deles cobria o rosto com camisas brancas. Uma bandeira do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi exibida. A sigla é referente a uma facção criminosa organizada de São Paulo, que se espalhou por vários presídios do país. Esta é a primeira rebelião desde a inauguração da unidade prisional, em 2007.
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