São Paulo - Em um mundo cada vez mais digital, a importância do jornal impresso continua inabalável. É com essa ideia que as principais empresas jornalísticas do país se reuniram ontem no primeiro dia do 10; Congresso Nacional de Jornais, promovido pelo Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo. Mais de 600 representantes da indústria jornalística brasileira debateram rumos para a imprensa nacional, na temática Ruptura, Inovação e Avanço, traduzindo os desafios do impresso na era digital. Em assembleia, a ANJ também reelegeu a atual diretoria para o próximo biênio. O presidente Carlos Lindenberg Neto (A Gazeta-ES), o vice-presidente secretário Álvaro Augusto Teixeira da Costa (Correio Braziliense) e o vice-presidente financeiro Jaime Câmara Júnior (O Popular-GO) serão empossados hoje.
É com a mentalidade de reafirmar a importância do impresso que os 129 jornais associados à ANJ se uniram para buscar soluções junto do mercado publicitário. Nos próximos meses, serão lançadas novas ferramentas de medição de audiência e de comunicação com os anunciantes. ;Não nos consideramos meros artífices de um produto de papel, mas servidores da notícia. Queremos ressignificar o termo jornal. Jornal não é só papel. É informação de qualidade, sua marca, sua história, seu relacionamento com a sociedade;, destacou Ana Amélia Filizola, diretora do grupo GRPCOM (PR).
Mercado
Os benefícios e limites para a publicação de conteúdos patrocinados também foram discutidos no congresso. Ebele Wybenga, jornalista holandês autor do livro The Editorial Age, destacou a restrição crescente dos leitores aos anúncios tradicionais. ;Pesquisas comprovam que o leitor prefere o conteúdo patrocinado à propaganda tradicional. O desafio é fazer conteúdo patrocinado com qualidade jornalística;, defendeu, citando exemplos como os jornais The New York Times, The Guardian e The Economist. De acordo com Wybenga, ;a guerra entre jornalismo e publicidade está diminuindo;.
Nos Estados Unidos, o mercado do conteúdo patrocinado em jornais movimenta cerca de US$ 1,9 bilhão por ano. No Brasil, no entanto, a discussão ainda é recente. ;Este tema me assusta um pouco;, confessou Sérgio Dávila, editor executivo da Folha de S. Paulo. "É fundamental que todos os players tenham preparo necessário para separar jornalismo e publicidade", disse. Para Sergio Gordilho, diretor-geral de criação da agência África, no entanto, esta é uma fonte de receitas que os jornais brasileiros não podem ignorar. "O que as marcas mais querem é atrair a atenção do consumidor. É um caminho sem volta."
Programação
9h30 às 10h30:
; Posse da diretoria da ANJ.
; Homenagem a Ruy Mesquita e Roberto Civita.
; Entrega do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa a Catalina Botero, relatora de Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.
11h30 às 12h45:
; Inovações que provocam a ruptura no modelo de negócios dos jornais, com Ken Doctor, presidente do Newsonomics (EUA).
14h30 às 15h45:
; Os jornais em movimento, com Ana Amélia Filizola, diretora do Grupo GRPCOM (PR) e Eduardo Sirotsky Melzer, presidente do Grupo RBS (RS).
; Lançamento da Campanha Institucional de Reposicionamento dos Jornais Brasileiros.
15h45 às 17h:
; O compromisso dos jornais com o novo posicionamento, com Francisco Mesquita Neto, diretor-presidente do Grupo Estado; João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo; Luiz Frias, presidente do Grupo Folha; Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração do Grupo RBS (RS).