Jornal Correio Braziliense

Brasil

Casal gay denuncia agressão dentro de restaurante japonês, em SP

Um homem levou socos de um garçom e um segurança depois de beijar o namorado



O casal se beijou novamente. Na mesma hora, o garçom tentou expulsar os dois do restaurante. "Com um tranco, me separei do meu namorado e em meio àquela confusão surreal que acabara de se instaurar, vi o garçom desferindo socos na cara do meu namorado", conta Gabriel.

Logo após a briga, Gabriel ligou para a polícia. Ele conta que foi ameaçado. "Você vai querer falar de preconceito aqui? Eu vou quebrar a sua cara", disse o segurança.

Na delegacia, o garçom alegou que agiu em legítima defesa. O casal registrou um boletim de ocorrência e pretende abrir um inquérito por lesão corporal, além de procurar uma delegacia especializada no assunto.

Liconln Onuma, gerente da rede de restaurantes Sukiya, lamentou o ocorrido ao Correio. Ele também informou que a empresa irá analisar todos os registros das câmeras de segurança. Segundo Linclon, a empresa assumirá o erro por parte dos funcionários e afirmou que a briga trata-se de um caso isolado.

"O nosso garçom não tinha a intenção de prejudicar o cliente, nem o restaurante. Ele apenas pediu para que não se beijassem por ser um lugar de família, o casal não obedeceu e infelizmente deu nessa briga", conta ele. O gerente também garantiu que a rede Sukiya não tem nenhuma política homofóbica. "Não defendemos a agressividade, apenas o respeito", disse Lincoln.

A publicação de Gabriel teve mais de mil compartilhamentos em menos de 24 horas no Facebook. Na página do restaurante, diversas pessoas defenderam o casal e repudiaram o ato dos funcionários.

"Muito desapontada com a forma como seu funcionário tratou um casal de clientes! Revoltante que tamanha ignorância ainda exista!! Homofobia e preconceito não passarão!", escreveu uma garota na página do restaurante.

Segundo Gabriel, o casal está fisicamente bem. "O Jow (Jonathan) está com o supercílio esquerdo inchado e roxo, mas sem dor, e o nariz já não sangra mais", contou ele. "Fica a dor, a indignação, a raiva, a inesperança, a tristeza. Mas, sobretudo, fica a gana e a vontade de lutar pela penalização desse e de tantos outros culpados que cometem crimes de ódio. Fica o sangue nos olhos e os pulmões plenos pra gritar: homofobia não passará", escreveu Gabriel.