Jornal Correio Braziliense

Brasil

Fábrica em Campinas produz mosquitos para tentar combater a dengue

Insetos são geneticamente modificados e geram descendentes que morrem antes de atingir a fase adulta

Já pensou em controlar a dengue produzindo mais mosquitos Aedes aegypti? Essa é a proposta da empresa inglesa Oxitec, que inaugurou uma fábrica em Campinas nesta terça-feira (29/7). Os cientistas desenvolveram um inseto modificado geneticamente, que ao se reproduzir gera novos mosquitos que morrem antes de chegar a fase adulta. A proposta é diminuir a população de Aedes aegypti para diminuir a transmissão da doença.

A empresa produz apenas mosquitos machos, que não picam, e dessa forma não podem contaminar pessoas. Eles são idênticos aos insetos selvagens, e por isso as fêmeas se acasalam com eles, gerando uma cria que morre antes de atingir a fase fértil. Testes realizados mostram que o novo inseto sobrevive de 2 a 4 dias na natureza.

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Em um teste realizado na cidade de Juazeiro, na Bahia, a Oxitec afirma ter diminuído em até 96% a população de Aedes aegypti. A empresa explica que o uso desses organismos geneticamente modificados foi regulamentado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

A premissa para o método de controle, é que o Aedes aegypti é uma espécie invasora no Brasil e não é fundamental para a alimentação de nenhuma espécie animal do país, de forma que sua erradicação não causaria grande impacto ao ambiente.

A Oxitec espera o registro comercial junto ao Ministério para poder começar a comercializar os mosquitos no Brasil. Os planos são abrir novas fábricas no país para atender a demanda necessária para erradicar o inseto.