Diário de Pernambuco
postado em 24/07/2014 10:13
O cineasta Guel Arraes foi um dos amigos que vieram de longe para se despedir de Ariano Suassuna. Bastante emocionado, o diretor das versões para TV e cinema da obra Auto da compadecida chegou no velório do escritor e dramaturgo, por volta das 9h. No momento, ele está ao lado da família. O velório começou ontem, às 23h, e segue até às 15h, no Palácio do Campo das Princesas.
Em depoimento, Guel relembra como conheceu Ariano e destaca a importância do paraibano para a cultura brasileira. Ariano faleceu quarta-feira (23), às 17h15, no Recife. O sepultamento será às 16h, no cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife.
Confira o texto na íntegra:
;Eu conheci Ariano desde menino e o encontrei várias vezes ao longo de todo esse tempo. Admiro-o duplamente, pelo grande artista que ele é e pela forma como levou sua vida sempre, coerente com sua forma de pensar, com suas convicções. Ele viveu sua obra e sua obra é a transfiguração de sua vida.
Ariano é um erudito que pensou e recriou a arte popular brasileira. Um autor universal mas que sempre viveu simplesmente, perto de suas raízes e perto do povo, conversando com ele.
Ariano foi um humanista brasileiro. Além de um grande escritor, foi também o pensador de uma arte nacional, e um pensador do nosso país como um todo. A literatura foi o seu ponto de partida, mas isso se expandia por outras áreas. A gente fica muito mais pobre. Quem tem essa cabeça e esse conhecimento pra pensar com tanta amplidão o Brasil? Minha admiração é tanto pela vida quanto pela obra dele.;