A chegada de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) à empresa de telefonia Claro, na Rua Flórida, foi marcada por uma confusão. De acordo com os integrantes do movimento, eles foram provocados, por volta das 11h40, por seguranças da empresa e reagiram, provocando um empurra-empurra na portaria. Um grupo de aproximadamente 100 pessoas conseguiu entrar no pátio da empresa. Segundo o MTST, um dos vigilantes apontou uma arma. A Claro ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. O grupo faz nesta quarta-feira (16/7) manifestações simultâneas em quatro operadoras de telefonia para reivindicar a melhoria do serviço, especialmente em bairros periféricos de São Paulo.
;O segurança começou a ameaçar e ofender as pessoas e houve uma exaltação de ânimos. Estávamos aqui fora, o objetivo não era entrar ou causar qualquer tipo de confusão, assim como fomos recebidos na Oi;, explicou Guilherme Boulos, um dos coordenadores do MTST. Ismael Monteiro, 41 anos, estava na porta, quando começou o tumulto. ;Eles chamaram a gente de vagabundo, de bando de marginais, e não somos nada disso. Somos trabalhadores e estamos aqui para lutar pelos nossos direitos;, relatou o manifestante, que informou ser cliente da operadora.
[SAIBAMAIS]Após a intervenção da Polícia Militar (PM), o grupo deixou o estacionamento. ;Vamos apresentar a nossa pauta de reivindicações como estamos fazendo em todos os outros casos;, informou o coordenador. Sobre o encontro na Oi, Boulos disse que foram indicados 56 bairros da cidade onde o sinal da operadora não funciona. ;Falta investimento em infraestrutura para isso e eles se comprometeram a dar um retorno;, declarou. Há pouco um grupo de integrantes do MTST foi recebido por representantes da Claro.
Ele reforçou que essas reivindicações às operadoras são pontuais, pois o principal ponto está sendo apresentado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), onde um grupo também protesta. ;Queremos que sejam feitos os investimentos previstos em contratos de concessão. "Após a privatização, haviam uma série de investimentos previstos que não foram feitos, então há condição, inclusive, para revogar contratos e reestatizar as empresas;, avaliou.
O vigilante João Evangelista de Jesus, 49 anos, participa da ocupação Vila Nova Palestina e reclama do serviço prestado pelas operadoras. ;Lá, onde eu moro [extremo sul de São Paulo], a TIM quase nunca pega. Tenho três chips, mas de que adianta a promoção se não funciona?;, reclamou. Por outro lado, no bairro Brooklin, onde trabalha, ele diz que nunca tem problemas. ;Na periferia falta tudo, mesmo quando a gente paga diretamente pelo serviço;, lamentou.