Terror disse que houve falha na fiscalização e que a prefeitura compartilha a responsabilidade do acidente, sem adiantar possíveis causas do desmoronamento. ;É uma questão de responsabilidade solidária, tem o concurso da prefeitura e da Sudecap, especialmente nos serviços de fiscalização, que são complexos;, disse.
Embora admita erro na fiscalização, o secretário disse que a prefeitura sempre manteve pessoal próprio ligado às obras. Essa informação, segundo ele, pode ser observada nos diários de obra, que são registros formais de todos os eventos ligados à construção. E reforçou que não faltaram funcionários ;habilitados e competentes; para acompanhar o andamento. Mesmo assim, ele informou que será investigado em que circunstância ocorreram falhas.
O secretário negou que as escoras do viaduto tenham sido retiradas antes do prazo necessário. Garantiu que a remoção das estacas obedeceu à maturação do concreto e todos os quesitos de segurança, além de não poder ter sido feita à noite, com isolamento do tráfego, e em um só dia, por ser uma estrutura muito grande e que demanda semanas para ser retirada. ;A prefeitura é obrigada a cumprir prazos de contratos de financiamento, com compromissos legais de uma licitação pública. Porém, em nenhum momento, nenhuma dessas questões se superpôs à segurança e aos bons princípios da engenharia;, disse.
Pressa é escartada
José Lauro Terror rebateu a avaliação de especialistas que apontam falhas estruturais na construção do viaduto, como afundamento dos pilares de sustentação. Ele disse que não houve pressa para entregar a obra e que todo o cronograma de aprovação do empreendimento, ;principalmente considerando uma estrutura elevada e de grande peso, é muito detalhado;, referindo-se aos ensaios feitos desde as fases iniciais até ao testes para liberação do tráfego. ;Nenhum exame, teste, ensaio técnico, nenhuma medida preventiva, verificação de elementos técnicos, de cálculo, de planilha, etc. deixou de ser feita em todas as obras;, garantiu.
A construção do viaduto que desabou não estava prevista para ser entregue antes da Copa e a inauguração estava marcada para agosto, segundo ele. O elevado, que intrega o sistema BRT/Move na Pedro I, deveria ter sido entregue em fevereiro de 2013, de acordo com a licitação da obra. Mas esbarrou nas desapropriações que precisariam ser feitas ao longo da via, algumas inclusive resolvidas por via judicial. A obra chegou a ser questionada pelo Tribunal de Contas do Estado por suspeita de superfaturamento de R$ 6 milhões. Mas, segundo Terror, as análises estão em curso e o município tomará todas as medidas de ordem técnica, procedimental e disciplinar para correção do que foi apontado.
Na Pedro I, o dia de ontem foi de análises e levantamento de informações que vão subsidiar as perícias técnicas sobre as causas do acidente. O local permanece interditado, à disposição da Defesa Civil Municipal e da Polícia Civil. Além destes órgãos, especialistas contratados pela prefeitura e peritos de outras entidades trabalham na identificação das causas do problema. Assim que o local for liberado, será feita a demolição, que será mecânica, com duração de 24 horas, e feita por máquinas que já estão no local, segundo o secretário.
A dois dias do jogo da Seleção Brasileira contra a Alemanha no Mineirão, o secretário afirmou que turistas que vierem a Belo Horizonte não vão encontrar problemas de segurança nem de trânsito, embora o tráfego esteja sendo desviado na Pedro I, o principal acesso entre o Mineirão e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH.