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Brasil

Sem-terra pedem audiência com Dilma Rousseff e reforma urbana

O grupo liderado pela FNL, de aproximadamente 300 pessoas, saiu de Assis, no interior paulista, no dia 8 de junho e caminhou mais de 500 quilômetros (km) até a capital

Um grupo de sem-terra da Frente Nacional de Luta (FNL) foi recebido por assessores do escritório da Presidência da República, em São Paulo. Eles protocolaram um pedido de audiência com a presidenta Dilma Rousseff e entregaram a pauta de reivindicações. ;Trouxemos na pauta a discussão de uma reforma agrária e urbana, de uma valorização das entidades públicas, que são as características dos movimentos que compuseram esse ato final;, explicou Carlos Lopes, dirigente nacional da FNL.

Além dos sem-terra, participaram da comissão recebida por assessores do gabinete integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do Sindicato dos Metroviários e do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp). O grupo liderado pela FNL, de aproximadamente 300 pessoas, saiu de Assis, no interior paulista, no dia 8 de junho e caminhou mais de 500 quilômetros (km) até a capital. No Largo do Batata, de onde o movimento saiu em passeata nesta manhã, outros movimentos sociais e categorias de trabalhadores juntaram-se ao grupo. Eles seguiram em caminhada até o escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista. O ato terminou por volta das 14h.

De acordo com o dirigente da FNL, parte das reivindicações do movimento sem terra foi atendida. Ele informou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) apontou o atendimento da demanda de oito áreas para assentamento. ;Acreditamos que, com o total das áreas viabilizadas pelo governo federal, vamos assentar entre 2 mil e 2,5 mil famílias;, declarou Lopes, destacando que mais quatro áreas reivindicadas pelo movimento ainda não foram confirmadas.

Os demais movimentos que foram recebidos hoje no escritório da Presidência ficaram de enviar as demandas posteriormente. O Sintusp pede a valorização dos trabalhadores do ensino público e a intermediação, pelo Ministério da Justiça, na prisão do funcionário da USP Fábio Hideki, detido durante uma manifestação contra os gastos da Copa do Mundo em São Paulo. Os metroviários de São Paulo pedem o apoio do governo federal para a reintegração dos trabalhadores que foram demitidos durante a greve da categoria no início de junho. O MTST, por sua vez, pede investimentos em habitação de interesse social.

Os integrantes da FNL, que estão hospedados na Universidade de São Paulo (USP), retornaram de ônibus ao alojamento. Lopes informou que eles iniciam a viagem de volta à região do Pontal do Paranapanema, onde reside a maior parte dos manifestantes, também de ônibus amanhã (4/7). ;Vamos voltar para casa, descansar as canelas, foi uma jornada de 24 dias;, relatou. Segundo ele, a marcha teve início no dia 8 de junho com cerca de 600 pessoas, mas o grupo reduziu em razão do desgaste da caminhada.