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Com vuvuzelas e tambores, milhares de sem teto protestam em São Paulo

Cerca de 5 mil pessoas segundo o MTST ocuparam a rua em frente à sede do legislativo, e garantiram que ficariam ali até que seja aprovado o Plano Diretor Estratégico

São Paulo - Com vuvuzelas, bandeiras e tambores, milhares de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) marcharam nesta terça-feira (24/6) até a Câmara Municipal de São Paulo para pedir a legalização das ocupações. Cerca de 5 mil pessoas segundo o MTST ocuparam a rua em frente à sede do legislativo, e garantiram que ficariam ali até que seja aprovado o Plano Diretor Estratégico.

"Este plano deveria ter sido votado em fevereiro. Com este documento, algumas de nossas ocupações podem ser reconhecidas, por isso nos beneficiaria", disse à AFP Maria Siqueira, uma das líderes do MTST. Segundo o movimento, a manifestação contava com 9 mil pessoas, se contabilizados os manifestantes que ocupavam as outras ruas no entorno do prédio, onde havia outras pequenas concentrações.

A polícia não informou quantos manifestantes se reuniram na frente da Câmara dos Vereadores, no centro de São Paulo. A ocupação é uma maneira de pressionar os vereadores a votarem em um novo plano diretor que inclua um reconhecimento a várias ocupações do MTST em São Paulo - por enquanto ilegais - para que sejam construídas moradias.



Entre os cartazes carregados por manifestantes teve destaque um grande, onde se lia "enquanto não votarem, aqui nós viveremos". Os manifestantes levantaram pequenas barracas e amarraram toldos nas grades da Câmara, embaixo das quais colocaram colchões e mantas. "Não vamos sair daqui até que votem", comentou um dos manifestantes que se reuniam no lugar.

Policiais vigiavam de perto a concentração, que tentava convocar mais de 10 mil manifestantes. Dois dias antes do início do Mundial, o MTST anunciou que não convocaria novos protestos durante a Copa do Mundo, após negociar benefícios e a construção de novas moradias com as autoridades. Mas neste fim de semana, cerca de 800 pessoas acamparam em um terreno privado na zona sul da cidade, levantando mais de 200 barracas, em uma nova ocupação ilegal.