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Falta de investimentos agrava situação em Natal, que sofre com chuvas

Novos deslizamentos de terra voltaram a colocar a população em risco ontem. De acordo com levantamento do Correio, ainda não foi gasto nenhum centavo dos R$ 167 milhões autorizados para prevenção de desastres naturais no Nordeste neste ano



O ocorrido em Natal se repete em nível nacional: em 2013, apenas 34,9% do total previsto para o programa foi efetivamente pago. Além disso, os dados orçamentários obtidos no SIGA confirmam uma tendência já apontada por especialistas no tema: a maior parte do dinheiro federal é destinada a ações emergenciais. Dos mais de R$ 2,2 bilhões gastos pela União no ano passado com o programa, 65,4% se destinaram a ações de defesa civil, como doações de colchões, água e mantimentos para as famílias atingidas, e ao pagamento do Auxílio-Emergencial Financeiro, um benefício temporário prestado às famílias de baixa renda de municípios afetados. Neste ano, o padrão se repete. Dos R$ 790 milhões gastos com o programa até agora, cerca de 84,2% foram destinados a ações emergenciais.

Na avaliação da professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Maria Lúcia de Paula Hermann, do Grupo de Estudos de Desastres Naturais da instituição, além do recurso para prevenção ser baixo, raramente os governos repassam os valores necessários para reparar os danos. ;Além de a quantia ser inferior, não é aplicada de forma correta. Não há transparência;, critica. O professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Oscar Cordeiro Netto concorda. Para ele, a discrepância entre os gastos com a prevenção e com o custeio dos reparos é ;recorrente;. ;A cultura do Brasil é muito mais de correr atrás do prejuízo, agir depois do evento, e não privilegiar a tomada de decisão antecipada, ainda mais na área ambiental;, discorreu.

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