Jornal Correio Braziliense

Brasil

Operação contra ativistas representa estado de exceção, diz advogado

Polícia Civil do Rio cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e convocou dez jovens envolvidos em manifestações de rua

A operação deflagrada nesta quarta-feira (11/6) de manhã pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e convocou dez jovens envolvidos em manifestações de rua, foi classificada como fruto de um "estado de exceção" pelo advogado Marino D;Icarahy, que defende três dos interrogados, buscados em suas casa logo cedo.

[SAIBAMAIS]Os jovens foram levados para a Delegacia de Repressão contra Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, zona norte da cidade. "É a confirmação de que estamos vivendo um estado de exceção no Rio de Janeiro. As pessoas são trazidas para serem interrogadas como testemunhas e não têm o direito de se manter caladas. Quando a gente sabe que a intenção do Estado é estabelecer a prova, que eles nunca vão conseguir, porque não existe isso, da organização criminosa. Isso é uma covardia", disse o advogado.



Ele defende os jovens Eduarda Castro, Tiago Rocha e Elisa Quadros - esta conhecida pelo apelido de Sininho - e disse que a operação, às vésperas da abertura da Copa, não é uma coincidência. "Essas coincidências não existem, é tudo programado, parte de intimidação e da criminalização do ativismo político. Há um conluio do Estado", sustentou o advogado.

A Polícia Civil foi procurada para se pronunciar sobre a operação. Apenas uma nota foi divulgada, dizendo que o inquérito corre em segredo de Justiça, e que foram apreendidos equipamentos como computadores e mídias em cinco bairros do Rio de Janeiro e em um endereço de Niterói.