Cerca de 250 policiais federais cumprem nesta terça-feira (10/6) 22 mandados de prisão preventiva, 38 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva, em cinco estados: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. A Operação Athos é coordenada pela Superintendência da Polícia Federal (PF) em Minas.
A ação foi deflagrada para o combate ao tráfico internacional de drogas após a descoberta de um grupo com alto poder econômico, apontado como um dos principais fornecedores dos produtos ilícitos no país. Os envolvidos traziam drogas da Bolívia e do Paraguai de avião para o interior paulista para, posteriormente, fazer a distribuição em cidades de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e da Região Nordeste.
[SAIBAMAIS]Uma parte da quadrilha tinha o papel de financiar o tráfico. Somente um dos integrantes desse núcleo teve o rendimento em um ano de R$ 120 milhões, segundo nota publicada pela PF. Para legalizar o dinheiro obtido com os negócios criminosos, o grupo usava empresas de fachada no setor de transporte de passageiros e de comércio em geral. A ação envolvia o uso de documentos falsos.
Na tentativa de coibir a ação desses criminosos, a PF procurou enfraquecer o poder econômico recorrendo a medidas judiciais para o bloqueio de bens avaliados em cerca de R$ 70 milhões. Foram bloqueados valores e ativos depositados em instituições bancárias em titularidade de 28 CPFs e quatro CNPJs. Houve ainda o sequestro de todos os bens imóveis e veículos em nome das mesmas pessoas físicas e jurídicas, assim como do patrimônio já identificado dos investigados, incluindo cinco aeronaves, quatro lanchas de luxo, um jet ski, 11 imóveis e 14 veículos.
Durante as investigações, foram apreendidos 594 quilos de cocaína (pasta-base e cloridrato), cerca de 1,5 tonelada de maconha, uma pistola, seis veículos, um caminhão, além de R$ 203,7 mil e US$ 390 mil. Dezesseis pessoas já tinha sido presas em flagrante nas investigações sobre o esquema.