O decreto com novas regras para o uso de tabaco em ambientes coletivos, anunciado no sábado pelo governo, é mais um passo das políticas de restrição ao produto no país, iniciadas ainda nos anos 1980. O número de fumantes no país caiu de 35% da população, em 1989, para 11,3%, segundo dados do Ministério da Saúde. Por conta dessa redução, já que os adeptos do cigarro hoje correspondem a um terço do verificado há 25 anos, o modelo brasileiro de combate ao fumo é apontado por especialistas como um dos mais bem sucedidos do mundo.
Atualmente, o Brasil é o país da América Latina com a menor porcentagem de fumantes. A primeira medida concreta de combate ao tabagismo no país, adotada ainda em 1988, foi a inserção, nos maços de cigarros, da frase ;O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde;. O fumo foi permitido em ambientes fechados até 1996, e a propaganda do tabaco só foi banida do rádio e da televisão com uma lei editada em 2000 (veja a cronologia ao lado).
Dados divulgados recentemente pelo Projeto Internacional de Avaliação da Política para o Controle do Tabaco no Brasil (ITC-Brasil) mostram que a maioria da população concorda com as políticas para livrar os ambientes coletivos da fumaça dos cigarros. Entre os não-fumantes, 96% defendem esse tipo de medida, e mesmo entre os fumantes o apoio é de 89%. A pesquisa, que está na segunda edição, ouviu 1.200 pessoas que fumam nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além de outros 600 que não têm o hábito.
Mesmo entre os fumantes, 46% relataram manter o ambiente doméstico livre de tabaco. Outros 88% dos fumantes declararam apoiar a proibição do fumo em veículos particulares quando houver crianças presentes. O projeto ITC-Brasil é desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD-MJ) e pela Fiocruz em parceria com pesquisadores canadeneses.
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