Jornal Correio Braziliense

Brasil

Policiais civis do Rio cobram incorporação de gratificação aos salários

Premiação do Sistema Integrado de Metas da Secretaria Estadual de Segurança Pública vai pagar R$ 27 milhões de reais a quase 3 mil policiais das duas forças

Policiais civis do estado do Rio de Janeiro fizeram um ato em frente ao Teatro João Caetano na manhã desta terça-feira (27/5) para cobrar a incorporação da gratificação de R$ 850 do projeto Delegacia Legal ao salário-base de ativos, aposentados e pensionistas. Dentro do prédio, o governo fez uma cerimônia para premiar as unidades das polícias Civil e Militar que atingiram as metas de combate à criminalidade no segundo semestre do ano passado.

Policiais civis do Rio fazem ato em frente ao Teatro João Caetano, pela incorporação da gratificação de R$ 850 do projeto Delegacia Legal ao salário-base de ativos, aposentados e pensionistas. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Francisco Chao, afirmou que não se tratou de um protesto, mas de uma lembrança ao governador Luiz Fernando Pezão, que prometeu aos policiais enviar à Assembleia Legislativa até o dia 12 de junho um projeto de lei que contemple o pedido.

"Estamos aqui com o intuito de pacífica e ordeiramente lembrarmos que o compromisso está ai. Esperamos sinceramente que não seja mais um dos muitos compromissos em vão que nós temos ouvido ao longo desses doze anos", disse Chao, que comparou a situação dos policiais civis a dos policiais militares: "um PM, quando se reforma, se reforma em um posto acima, aumentando seu soldo [salário]. Quando nós, policiais civis, nos aposentamos, perdemos um terço dos nossos salários. Essa é a grande questão."

Em seu discurso na premiação, Pezão disse que deixará como legado um ganho permanente para os policiais civis e militares. "Eu tenho consciência de que a remuneração de vocês tem que melhorar mais ainda. E vou melhorar. Vou deixar como legado conquistas permanentes para todos vocês. Mais conquistas". O comandante da Polícia Militar, coronel José Luís Castro, reconheceu que a premiação de hoje foi a que teve o menor número de policiais contemplados, mas destacou que a Polícia Militar prendeu e apreendeu 37 mil pessoas no ano passado, um recorde, com crescimento de 25% em relação ao ano anterior. Neste ano, os números já são 10% maiores e a previsão é que se chegue a 39 mil detidos. "E isso foi conseguido com uma redução dos autos de resistência. Isso não é enaltecido", criticou o comandante, que pediu que sejam discutidos a redução da maioridade penal, os critérios para benefícios a presos, e punições aos reincidentes.

O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, também admitiu o fato de o teatro "não estar tão cheio" de policiais premiados, e argumentou que o combate à criminalidade não depende somente de avanços nas polícias, mas das mesmas discussões levantadas por Castro: "A atividade operacional da polícia nunca foi tão boa, e a criminalidade não baixa. É óbvio que isso não é problema só das forças de segurança", disse Beltrame, que também pediu mudanças legislativas. "Chegamos a um divisor de águas: ou o Estado Brasileiro analisa essas questões de outras formas, ou precisaremos de verdadeiros exércitos chineses de policiais", avaliou.



A premiação do Sistema Integrado de Metas da Secretaria Estadual de Segurança Pública vai pagar R$ 27 milhões de reais a quase 3 mil policiais das duas forças. As áreas integradas de segurança pública de Campo Grande e Petrópolis empataram em primeiro lugar e, por isso, todos os servidores lotados no 40; BPM (Campo Grande), na 35; DP (Campo Grande), no 26; BPM (Petrópolis), na 105 ; DP (Petrópolis) e na 106 ; DP (Itaipava) receberão um bônus de R$ 13,5 mil. A área integrada de segurança pública de Barra do Piaí foi a terceira, e seus servidores receberão prêmio de R$ 6,75 mil.

O bônus também foi pago a três unidades especializadas da Polícia Civil e mais três da Polícia Militar. Na civil, a primeira colocada foi a Delegacia do Consumidor, seguida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Belford Roxo e pela Divisão de Homicídios da Capital, com bônus de R4 13,5 mil, R$ 9 mil e R$ 6,75 mil, respectivamente. As mesmas premiações foram pagas aos servidores do Regimento de Polícia Montada, do Grupamento Aeromóvel e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), três primeiros colocados na corporação militar.